A visão do todo na compreensão da parte: a propósito de um caso de alteração do comportamento na infância

Introdução: Em medicina geral e familiar o utente deve ser encarado como uma parte de um todo a que pertence - a família -, sendo os instrumentos de avaliação familiar ferramentas essenciais para o médico de família (MF). Outro auxiliar é o desenho infantil. Com este é possível ultrapassar a inibiçã...

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Veröffentlicht in:Revista portuguesa de medicina geral e familiar 2019-04, Vol.35 (2), p.141-146
1. Verfasser: Simões, Magda Alves
Format: Artikel
Sprache:por
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Beschreibung
Zusammenfassung:Introdução: Em medicina geral e familiar o utente deve ser encarado como uma parte de um todo a que pertence - a família -, sendo os instrumentos de avaliação familiar ferramentas essenciais para o médico de família (MF). Outro auxiliar é o desenho infantil. Com este é possível ultrapassar a inibição verbal e comunicar na infância. Nesta faixa etária, muitas das alterações do comportamento são resultantes de problemas no meio sociofamiliar. No caso dos filhos de pais separados, os efeitos da separação e os conflitos na díade parental são extensos e podem afetar vários aspetos do desenvolvimento infantil. Este caso pretende demonstrar que uma boa relação entre o MF, a criança e sua família poderá ser «a chave» para a identificação e referenciação de situações de risco. Descrição do caso: Criança do género masculino, 8 anos, no terceiro ano de escolaridade, pais separados, a viver com a mãe e irmã. A mãe agenda consulta porque o filho anda a verbalizar pensamentos negativos e a não gostar da escola. Recorreu-se ao desenho infantil, descobrindo-se que esta criança era vítima de bullying e que a separação dos pais era causa de sofrimento. Construiu-se com a mãe o genograma e a psicofigura de Mitchell, expondo dados até então desconhecidos e que estavam na origem do comportamento desta criança. Foi referenciado para consulta de psicologia e realizada intervenção com a família e a escola. Comentário: Trabalhar com famílias é tão interessante quanto desafiante, sendo importante que o MF saiba quando deve passar do registo individual para uma observação do sistema familiar. Os instrumentos usados revelaram-se fundamentais para clarificar e orientar a presente situação. Muitos dos problemas na infância têm origem no contexto sociofamiliar, aos quais o clínico deve estar atento. O MF deverá ser visto como um elemento de acolhimento, apoio e promoção da saúde no sistema familiar.
ISSN:2182-5173
DOI:10.32385/rpmgf.v35i2.11952