Silêncio organizacional: introdução e crítica

Resumo: Com as mudanças ocorridas a partir dos anos 1970, as organizações passaram a requerer maior participação de seus trabalhadores nos processos de trabalho. A comunicação franca e aberta torna-se vital nesse cenário. O silêncio organizacional (MORRISON e MILLIKEN, 2000) e o silêncio dos emprega...

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Veröffentlicht in:Cadernos EBAPE.BR 2015-09, Vol.13 (3), p.516-529
Hauptverfasser: Moura-Paula, Marcos Júnior de, Ferraz, Deise Luiza da Silva
Format: Artikel
Sprache:eng ; por
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Zusammenfassung:Resumo: Com as mudanças ocorridas a partir dos anos 1970, as organizações passaram a requerer maior participação de seus trabalhadores nos processos de trabalho. A comunicação franca e aberta torna-se vital nesse cenário. O silêncio organizacional (MORRISON e MILLIKEN, 2000) e o silêncio dos empregados (PINDER e HARLOS, 2001) passam a ser estudados com mais profundidade para se compreender os comportamentos que levam os empregados a se valerem da voz, via relato (speaking up), ou permanecerem em silêncio. Desde os anos 2000, o silêncio tem ganhado interesse crescente de pesquisa (BRINSFIELD, EDWARDS e GREENBERG, 2009), sendo que, neste ensaio, o objetivo é apresentar e inserir o silêncio organizacional na agenda de pesquisa sobre Comportamento Organizacional no Brasil. Para tanto, apresentamos o que a literatura estrangeira trata como motivos que levam os empregados a permanecerem em silêncio e quais as consequências desse silêncio tanto para eles quanto para a organização. Acreditamos, contudo, que há limitações nas reflexões desenvolvidas. Para não incorrermos em uma importação domesticada de saberes, apresentamos algumas reflexões, ainda incipientes sobre o tema, a partir de debates desenvolvidos por estudiosos brasileiros (especialmente, TRAGTENBERG, 1971; 2005; PRESTES MOTTA, 1981; PAES DE PAULA, 2002; FARIA e MENEGHETTI, 2011) sobre o caráter ideológico e, portanto, opressor dos conhecimentos produzidos nas ciências administrativas. Criticamos, assim, alguns dos pressupostos da teoria sobre o silêncio organizacional, chamando atenção para a própria organização como fomentadora do silêncio e das consequências que dele podem surgir.
ISSN:1679-3951
1679-3951
DOI:10.1590/1679-395114581