Violência obstétrica e LGBTQIA+fobia: o entrelaçamento de opressões e violações

Resumo O sistema capitalista e cisheteropatriarcal se desenvolveu através da opressão e exploração de classe, raça e sexo no estabelecimento de relações desiguais e hierarquizadas de poder, e uma dessas opressões é o uso da violência contra os corpos considerados errantes e transgressores dentro des...

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Veröffentlicht in:Ciência & saude coletiva 2024, Vol.29 (4)
Hauptverfasser: Cardoso, Priscila Fernanda Gonçalves, Shimizu, Mariana Arissa
Format: Artikel
Sprache:por
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Zusammenfassung:Resumo O sistema capitalista e cisheteropatriarcal se desenvolveu através da opressão e exploração de classe, raça e sexo no estabelecimento de relações desiguais e hierarquizadas de poder, e uma dessas opressões é o uso da violência contra os corpos considerados errantes e transgressores dentro dessa estrutura. Dentre os diversos tipos de violência, o foco deste estudo está na violência obstétrica, compreendida como uma violência patriarcal de gênero que visa a retirada de direitos, autonomia e protagonismo de mulheres e homens trans durante o período gestacional, do parto e puerpério ou em processos de abortamento. Esse artigo tem como objetivo refletir sobre a violência obstétrica e seu impacto nas homoparentalidades de mulheres lésbicas e de homens trans, pois compreende-se que a população LGBTQIA+ é uma das mais vulnerabilizadas e que está mais distante dos serviços de saúde, justamente pela violência institucional que acomete esses corpos. Dessa forma, pretende-se compreender, através de uma análise social e histórica, como os atravessamentos dessas violações sexistas e heteropatriarcais se entrelaçam e refletem na assistência à saúde dessas pessoas, gerando ainda mais formas de opressão contra essa população. Abstract The cisheteropatriarchal capitalist system has developed by class, racial and sexual oppression and exploitation in establishing unequal, hierarchical power relations. One of these kinds of oppression involves the use of violence against bodies considered wayward and transgressive within this structure. Of the different types of violence, this study focused on obstetric violence, understood as patriarchal gender violence designed to remove the rights, autonomy and agency of trans women and men during the processes of pregnancy, childbirth, postpartum and abortion. This article reflects on obstetric violence and its impacts on homo-parenthood for lesbian women and trans men, on the understanding that the LGBTQIA+ population is one of the most vulnerable and removed from health services, mainly because of the institutional violence suffered by these bodies. Accordingly, the intention is to understand, through social and historical analysis, how these sexist, heteropatriarchal violations, interlacing and reflecting in health care for these people, generate even more forms of oppression against this population.
ISSN:1413-8123
1678-4561
1678-4561
DOI:10.1590/1413-81232024294.20072023