Bobbio M. Medicina demais! O uso excessivo pode ser nocivo à saúde. (trad. Mônica Gonçalves). Barueri: Manole; 2020. 208p
Marco Bobbio é um cardiologista italiano, integrante do Slow Medicine, movimento que se define como filosofia e prática médica que tem como premissa utilizar as melhores evidências científicas com foco no paciente e em seus valores1, resgatando entre outros princípios o tempo dedicado ao paciente, s...
Gespeichert in:
Veröffentlicht in: | Ciência & Saúde Coletiva 2021-07, Vol.26 (7), p.2929-2930 |
---|---|
1. Verfasser: | |
Format: | Artikel |
Sprache: | por |
Schlagworte: | |
Online-Zugang: | Volltext |
Tags: |
Tag hinzufügen
Keine Tags, Fügen Sie den ersten Tag hinzu!
|
Zusammenfassung: | Marco Bobbio é um cardiologista italiano, integrante do Slow Medicine, movimento que se define como filosofia e prática médica que tem como premissa utilizar as melhores evidências científicas com foco no paciente e em seus valores1, resgatando entre outros princípios o tempo dedicado ao paciente, sua individualização, autonomia e autocuidado e o uso parcimonioso da tecnologia2. O movimento nasceu na Itália em 2002 e se disseminou pelo mundo, tendo chegado ao Brasil em 2014 com o lançamento do livro “O doente imaginado: os riscos de uma medicina sem limites” do mesmo autor3.O livro “Medicina Demais! O uso excessivo pode ser nocivo à saúde”, ora em análise, coloca em discussão os excessos da medicina atual tanto com relação ao uso abusivo da tecnologia quanto ao excesso de medicalização e suas consequências para o indivíduo e a saúde pública. O autor, cardiologista na área de transplantes, desde a década de 90 do século passado tem publicado sobre a incerteza, os riscos da falta de limites em medicina e a interferência da indústria de medicamentos e equipamentos médicos na prática em saúde, seja ela individual ou coletiva4.Dividido em introdução e oito capítulos, já na introdução o autor chama atenção para a transformação de pessoas saudáveis em doentes pelo uso excessivo de tecnologia. Com a falsa premissa de que tudo pode ser evitado, uma excessiva busca por novos exames ou tratamentos é iniciada após pequenas alterações em exames complementares, sem levar em conta o indivíduo e o fato de que muitas vezes a diferença entre o normal e o patológico é muito sutil, como já alertava Canguilhem em 19665, gerando no mínimo ansiedade para a pessoa. Nesse sentido questiona se fazer mais é sempre melhor.No capítulo 1 discute a necessidade de certeza de gozo de plena saúde e de diagnóstico precoce pelos médicos e pacientes e a crença de que exames complementares se prestariam a esse fim. Alerta para o fato de que os exames não oferecem esta resposta por não serem valores absolutos, sofrerem influências diversas inclusive na definição de seus valores de referência, não serem isentos de riscos e gerarem iatrogenias, tanto por eles mesmos quanto pelo excesso propedêutico e terapêutico deles decorrentes. Encerra alertando para a necessidade de os profissionais aprenderem a conviver com a incerteza e compartilhá-la com seus pacientes, na busca pela conduta mais adequada para cada pessoa.No capítulo 2 trata de expectativas irreais de médicos e pacientes frente à tecnologi |
---|---|
ISSN: | 1413-8123 1678-4561 1678-4561 |
DOI: | 10.1590/1413-81232021267.14332020 |