A EXPLOSÃO DO OLHAR: DO TABACO NOS ARAWA DO RIO PURUS
Na mitologia arawa, o tabaco é concebido “em chave de água”, enquanto a presença desta planta na vida cotidiana mostra, paradoxalmente, um movimento “em chave de fogo”. O tabaco e os venenos revelam, para os grupos indígenas do Purus, um cromatismo genuíno, no marco da “mitologia regressiva” que Lév...
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Veröffentlicht in: | Mana (Rio de Janeiro, Brazil) Brazil), 2017-01, Vol.23 (1), p.9-35 |
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1. Verfasser: | |
Format: | Artikel |
Sprache: | eng ; por |
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Online-Zugang: | Volltext |
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Zusammenfassung: | Na mitologia arawa, o tabaco é concebido “em chave de água”, enquanto a presença desta planta na vida cotidiana mostra, paradoxalmente, um movimento “em chave de fogo”. O tabaco e os venenos revelam, para os grupos indígenas do Purus, um cromatismo genuíno, no marco da “mitologia regressiva” que Lévi-Strauss encontrou em outros contextos ameríndios. Nas narrativas arawa, o tabaco é percebido como alimento, mas os seus efeitos eméticos, entorpecentes ou tóxicos permitem situá-lo entre os antialimentos. Tabaco e venenos operam uma lógica reversa, que transforma as presas em predadores dos seus predadores. O xamanismo efetiva um movimento de aproximação perigosa com a alteridade através dos venenos, ao associar o tabaco ao curare das flechas, ao veneno das serpentes, ao timbó. Nos mitos arawa (Suruwaha, Banawa, Deni...), o cromatismo dos venenos do xamã transtorna a diferença entre presas e predadores, e reverte a ordem instável do cosmos. |
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ISSN: | 0104-9313 1678-4944 1678-4944 |
DOI: | 10.1590/1678-49442017v23n1p009 |