Violência doméstica contra crianças e adolescentes: um desafio

Estudar crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica da Unidade de Emergência Referenciada Pediátrica (UERP) do Hospital das Clínicas (HC) – Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e ambulatório especializado, entre janeiro de 2003 e dezembro de 2007, enfatizando o abuso sexual. Analis...

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Veröffentlicht in:Revista da Associação Médica Brasileira 2012-07, Vol.58 (4), p.465-471
Hauptverfasser: Zambon, Mariana Porto, Ávila Jacintho, Antonio Carvalho de, Medeiros, Michelle Marchi de, Guglielminetti, Rachel, Marmo, Denise Barbieri
Format: Magazinearticle
Sprache:por
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Beschreibung
Zusammenfassung:Estudar crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica da Unidade de Emergência Referenciada Pediátrica (UERP) do Hospital das Clínicas (HC) – Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e ambulatório especializado, entre janeiro de 2003 e dezembro de 2007, enfatizando o abuso sexual. Analisou-se: gênero, idade, procedência e classificação. Para as vítimas de abuso sexual estudou-se: tipo de abuso (estupro), local (doméstico/urbano), duração (aguda/crônica), autor (conhecido; incestuoso), alterações no exame médico, notificação ao conselho tutelar, medicação antirretroviral e sorologias (HIV, Lues, hepatite B e C). Dividiu-se em dois grupos com relação ao tipo de abuso e ao autor e associou-se a gênero, idade e duração. Para a comparação calculou-se o Qui-quadrado ou Exato de Fisher (significância p < 0,05) e a razão de chance prevalente bruta. Do total (551), predominou a negligência (33,9%) e abuso sexual (31,9%), sendo 55,9% nas meninas e 50% até 5 anos. Do abuso sexual (95), 80% eram meninas e 58,9% entre 5-10 anos. Observou-se estupro entre 39% e atentado ao pudor em 59,6%; 72,6% foram em área doméstica, 81,1% por autor conhecido, 31,6% por relação incestuosa, 47,4% crônica e 76,5% sem alteração clínicas, sendo 81,1% encaminhados ao conselho tutelar. Medicação antirretroviral foi indicada para 49,1% dos pacientes, e sorologias: HIV em 46 (48,4%), Lues em 42 (44,2%), hepatite B em 44 (46,3%) e hepatite C em 45 (47,4%), todas negativas, mais frequente nas vítimas de estupro (p=0,00). Ocorreu associação entre estupro e idade (10 e 15 anos p=0,01) e autor incestuoso e duração crônica (p=0,01). Apesar de não refletir a realidade, serve como alerta aos pediatras. To study children and adolescents victims of domestic violence treated at the Referenced Pediatric Emergency Unit of the Hospital de Clínicas of the Universidade Estadual de Campinas and its specialized outpatient clinic between January 2003 and December 2007, emphasizing sexual abuse. The variables gender, age, origin, and classification were studied. For victims of sexual abuse, the following variables were also studied: type of abuse (rape), location (domestic/urban), duration (acute/chronic), perpetrator (known, incestuous), alterations at medical examination, notification to child protection agencies, and antiretroviral medication and serology (HIV, syphilis, hepatitis B and C). Patients were divided into two groups according to the type of abuse and type of perpertrator and they were
ISSN:0104-4230
1806-9282
DOI:10.1590/S0104-42302012000400018