Reflexões multidisciplinares da Ciência Aberta em vivências de discentes e docentes

O movimento em prol da Ciência Aberta (CA) abarca diferentes escolas de pensamento e diferentes iniciativas, defendendo não somente o acesso aberto às publicações e aos dados, mas também uma maior transparência no processo de pesquisa. Entretanto percebe-se uma resistência do pesquisador à adesão às práticas de CA. Este artigo sintetiza argumentos pró e contra ao movimento da CA percebidos a partir de reflexões desenvolvidas no âmbito de disciplina eletiva de curso de pós-graduação stricto sensu interdisciplinar. Os resultados da discussão realizada por discentes e docentes são apresentadas em oito categorias: reprodutibilidade, acesso aberto, dados abertos, transparência, assimetria entre setor público e privado, integridade, avaliação por pares aberta e preprints, sistema de avaliação da produção científica e políticas de Ciência Aberta. Em síntese, por um lado o uso das práticas de CA parece ter potência para revelar dilemas sobre integridade e promover a abertura de dados de pesquisa, o que pode “assombrar” pesquisadores. Por outro lado, a possibilidade de mitigar riscos à qualidade das evidências científicas, fortalecer a reprodutibilidade e a credibilidade na ciência favorece a disseminação destas práticas e de seu debate nos ambientes formativos do pesquisador contribuindo para o distensionamento ao uso de práticas de CA. The Open Science (OS) movement embraces different schools of thought and different initiatives, advocating not only open access to publications and data, but also greater transparency in the research process. However, the researcher's resistance to adhesion to OS practices is perceived. This article synthesizes pro and con arguments towards OS movement perceived from reflections developed within an elective discipline of a stricto sensu interdisciplinary graduate course. The results of the discussion carried out by students and professors are presented in eight categories: reproducibility, open access, open data, transparency, asymmetry between the public and private sectors, integrity, open peer review and preprints, scientific production evaluation system and policies of Open Science. In summary, on the one hand, the use of OS practices seems to have the power to reveal dilemmas about integrity and promote the opening of research data, which can “haunt” researchers. On the other hand, the possibility of mitigating risks to the quality of scientific evidence, strengthening reproducibility and credibility in science favors the diss