Educação popular e feminismo negro: diálogos e interlocuções

Zélia Amador de Deus, professora emérita da Universidade Federal do Pará e prefaciadora do livro “Educação Libertadora e Feminismo Negro: uma teia conceitual de resistência à interseccionalidade das opressões de gênero, de raça e de classe”, de Eunice Léa de Moraes, afirmou em seu prefácio que “Tece...

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Veröffentlicht in:EccoS – Revista Científica 2022-12 (63), p.1-4
1. Verfasser: Colares da Mota Neto, João
Format: Artikel
Sprache:por
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Zusammenfassung:Zélia Amador de Deus, professora emérita da Universidade Federal do Pará e prefaciadora do livro “Educação Libertadora e Feminismo Negro: uma teia conceitual de resistência à interseccionalidade das opressões de gênero, de raça e de classe”, de Eunice Léa de Moraes, afirmou em seu prefácio que “Tecer teias, talvez seja esta a grande função das mulheres negras na academia para urdir caminhos que possam apontar muitas saídas, a modo das encruzilhadas do poderoso EXU” (DEUS, 2021, p. 16).O livro de Eunice Léa de Moraes, resultado de sua militância histórica, de seus estudos e, em particular, de sua tese de doutoramento, de fato nos apresenta uma encruzilhada na qual diversos caminhos são possíveis para se pensar relações entre Educação Popular e Feminismo Negro. A autora, em face da encruzilhada, escolhe um caminho: constrói tramas conceituais de resistência à interseccionalidade das opressões de gênero, de raça e de classe.Parte das seguintes questões: Quais são os referenciais epistemológicos da Educação Libertadora e do Feminismo Negro? E como estes referenciais podem se interrelacionar na perspectiva de uma prática político-pedagógica de resistência à interseccionalidade das opressões de gênero, de raça e de classe? Com base nestas questões, em seu livro, Moraes (2021) propõe diálogos e interlocuções, coincidências e divergências, aproximações e afastamentos, entre a obra de Paulo Freire e a de autoras do Feminismo Negro, particularmente, Lélia Gonzalez, bell hooks e Patricia Hill Collins. Trata-se de uma tarefa intelectual desafiadora para as (os) estudiosas (os) da Educação Popular que, mesmo sendo uma corrente crítica de pensamento, não está isenta de reproduzir o sexismo, o colonialismo, o patriarcado e outras estruturas assimétricas de poder.A autora explica melhor o que pretende em seu estudo ao dizer que a articulação dialógica proposta entre o Feminismo Negro e a Educação Libertadora freireana é mediatizada não apenas pelas referências epistemológicas da afrodescendência das mulheres negras, mas, também, pela dimensão ontológica do pensamento freireano em busca da autonomia, da liberdade, do ser mais.Metodologicamente, Eunice Léa de Moraes elabora uma teia conceitual a partir de algumas das principais obras de Freire, Gonzalez, hooks e Collins, denominada como “Teia de Articulação Conceitual de Resistência à Interseccionalidade das Opressões de Gênero, de Raça e de Classe”.A categoria da interseccionalidade é fortemente presente no estudo de Morae
ISSN:1983-9278
1517-1949
1983-9278
DOI:10.5585/eccos.n63.22520