PRIMITIVISMO E IMAGINÁRIO ETNOGRÁFICO NOS PRIMEIROS ESCRITOS DE MICHEL LEIRIS

Resumo Nos anos 20 e 30, pari passu com a formação da etnologia como disciplina academicamente postada, o primitivo surge como trunfo retórico das invectivas mais críticas contra os marasmos da civilização branca. Michel Leiris (1901-1990), nos primeiros tempos de sua formação de etnólogo, desperta...

Ausführliche Beschreibung

Gespeichert in:
Bibliographische Detailangaben
Veröffentlicht in:Mana (Rio de Janeiro, Brazil) Brazil), 2016-04, Vol.22 (1), p.157-178
1. Verfasser: Fontes Filho, Osvaldo
Format: Artikel
Sprache:eng ; por
Schlagworte:
Online-Zugang:Volltext
Tags: Tag hinzufügen
Keine Tags, Fügen Sie den ersten Tag hinzu!
Beschreibung
Zusammenfassung:Resumo Nos anos 20 e 30, pari passu com a formação da etnologia como disciplina academicamente postada, o primitivo surge como trunfo retórico das invectivas mais críticas contra os marasmos da civilização branca. Michel Leiris (1901-1990), nos primeiros tempos de sua formação de etnólogo, desperta para as possibilidades de desvio expressivo que ofereciam as artes ditas primitivas. Engajado em uma autorretratística literária afeita à deambulação imaginária pelos lugares da Cultura, da Mitologia e da História, o autor de L'Afrique fantôme (1934) sedimenta seus recursos estilísticos em artigos sulfurosos para a revista de vanguarda Documents (1929-1931), nos quais é possível observar a formação inicial de seu imaginário etnográfico e do que se convenciona chamar, a seu respeito, uma "etnografia de si". Este texto revisita alguns momentos da escrita leirisiana que ajudaram a impregnar de jogos de linguagem e de ficção uma nascente consciência antropológica e etnográfica, pouco propensa à objetividade imparcial e à neutra documentação científica do Outro. Abstract In the '20s and '30s, pari passu with the formation of ethnology as an academic grounded discipline, the primitive is asserted as a rhetorical asset for the most critical invectives against the stagnation of Western civilization. Michel Leiris (1901-1990), formerly his training as an ethnologist, awakes to the huge capacity of expressive deviation offered by the so-called primitive arts. Engaged on a literary self-portraiture that appreciates imaginary walking through Culture, Mythology and History, the author of L'Afrique fantôme (1934) builds his expressive resources by means of sulfurous articles for the vanguard magazine Documents (1929-1931), where we can see the initial training of his ethnographic imagination and of his usually called "ethnography of the self". This article revisits some moments of early leirisian writings that impregnated with language games and fiction a nascent anthropological and ethnographic conscience, which is little prone to impartial objectivity and neutral scientific documentation of the Other.
ISSN:0104-9313
0104-9313
1678-4944
DOI:10.1590/0104-93132016v22n1p157