Costumes estudantis de Coimbra no século XIX: tradição e conservação institucional

Fazendo parte de um estudo mais vasto sobre as condições histórico-culturais da existência da Universidade de Coimbra nos finais do século XIX e sobre as suas funções sociais no que respeita à formação das classes dirigentes nessa época, o texto que se segue constitui uma introdução à análise — que posteriormente virá a ser apresentada— de certos costumes existentes, até há alguns anos, entre os estudantes de Coimbra, costumes cuja designação global e corrente é a de praxe académica coimbrã. O que aqui se tenta é um primeiro passo no sentido da clarificação do objecto a analisar. Assim, o modo de proceder a essa clarificação consistiu, na Parte i deste texto, em estabelecer as significações comuns atribuíveis às práticas designadas pelo termo praxe. Deste modo foi possível avançar uma primeira fórmula que as define como práticas sociais recurrentes, fortemente codificadas, quase rituais. Indo um pouco mais longe, abordou-se um outro conjunto de elementos significativos, o qual remete para algumas das suas possíveis dimensöes funcionáis. Aqui, em conexão com conotações básicas bem claras, referentes as noções de tradição, originalidade institucional distintiva, avançou-se no sentido de apontar às praxes como algumas das suas funções específicas as de integração e conservação institucional. A Parte i termina enunciando o problema que, na Patre II, num percurso longo, se procurou abordar: o da emergência histórica (no caso particular de que se trata, o da vida estudantil coimbrã) de práticas — a Praxe — com as carecterísticas que a definição construida articula. En appartenant à une étude plus longue sur les conditions historiques et culturelles de l'existence de l'Université de Coimbra à la fin du dix-neuvième siècle et sur les fonctions sociales à l'égard de la formation des classes dirigeantes à cette époque-là, le texte présent est une introduction à l'analyse — à publier ultérieurement — de certains moeurs existants jusqu'à il y a quelques années parmi les étudiants de Coimbra, des moeurs dont le nom global et courant c'est celui de praxe (pratique académique de Coimbra). Ce qu'on essaye de faire ici c'est un premier pas vers l'éclaircissement de l'objet à analyser. Donc la manière de faire cet éclaircissement a été dans la première partie de ce texte, d'établir les significations communes qu'on peut attribuer aux pratiques désignées par le mot praxe. De cette façon il a été possible d'avancer une première formule en les définissant comme des pratiques s