A herança dos “mal-nascidos”: Dos filhos do passado aos filhos da ciência

Apresentam-se alguns dos resultados obtidos num estudo sobre o quotidiano de risco genético de cancro hereditário. Seguindo uma metodologia qualitativa, avaliou-se todo o trabalho de gestão individual desse risco, desde o momento do diagnóstico ao accionar dos mecanismos, estratégias e concepções qu...

Ausführliche Beschreibung

Gespeichert in:
Bibliographische Detailangaben
Veröffentlicht in:Revista crítica de ciencias sociais 2004 (70), p.57-79
1. Verfasser: Mendes, Felismina R. P
Format: Artikel
Sprache:por
Online-Zugang:Volltext
Tags: Tag hinzufügen
Keine Tags, Fügen Sie den ersten Tag hinzu!
Beschreibung
Zusammenfassung:Apresentam-se alguns dos resultados obtidos num estudo sobre o quotidiano de risco genético de cancro hereditário. Seguindo uma metodologia qualitativa, avaliou-se todo o trabalho de gestão individual desse risco, desde o momento do diagnóstico ao accionar dos mecanismos, estratégias e concepções que, quotidianamente, permitem dar sentido ao acontecido. A perspectiva analítica que é possível esboçar, a partir dos relatos individuais, no respeitante à representação social da doença, estrutura-se em torno do tempo que o cancro “rouba” e do tempo que o cancro hereditário “dá” e remete para a importância do clima de aceitação positiva do risco, expresso nos desejos individuais e colectivos de um futuro melhor garantido pela evolução científica e tecnológica. Frente ao risco genético de que os sujeitos são portadores e que escapa à sua lógica de controlo, a pressão é colocada sobre a ciência (genética) e a medicina, cujo poder e prestígio nunca são questionados.
ISSN:0254-1106
2182-7435
DOI:10.4000/rccs.1048