O risco da ira feminista: neoliberalismo e ressentimento/The risk of feminist rage: neoliberalism and resentment/El riesgo de la ira feminista: neoliberalismo y resentimiento

A racionalidade neoliberal, articulada à sociedade do controle, favoreceu um modo de subjetivação calcado na moral. De um lado, o neoliberalismo promoveu um alargamento da incerteza na vida dos 'humanos feito capitais', os convocando a uma responsabilidade individual e familiar opressor...

Ausführliche Beschreibung

Gespeichert in:
Bibliographische Detailangaben
Veröffentlicht in:Estudos feministas 2023-01, Vol.31 (1), p.1
1. Verfasser: Mostafa, Joana
Format: Artikel
Sprache:por
Online-Zugang:Volltext
Tags: Tag hinzufügen
Keine Tags, Fügen Sie den ersten Tag hinzu!
Beschreibung
Zusammenfassung:A racionalidade neoliberal, articulada à sociedade do controle, favoreceu um modo de subjetivação calcado na moral. De um lado, o neoliberalismo promoveu um alargamento da incerteza na vida dos 'humanos feito capitais', os convocando a uma responsabilidade individual e familiar opressora. De outro lado, a sociedade do controle codifica e captura as percepções e os afetos a fim de apropriar-se do futuro, conformando sujeitos cada vez mais responsivos, porém impotentes. Neste contexto, os afetos que circulam nos feminismos, como a ira e a raiva, correm alto risco de serem colonizados pelo ressentimento moral. Este texto trabalha para evitá-lo, ao trazer a distinção entre moralidade e ética, presentes na obra de Michel Foucault e Gilles Deleuze, e revistar o debate de Wendy Brown e Sara Ahmed, a fim de jogar luz sobre as práticas políticas dos feminismos contemporâneos. Palavras-chave: feminismo; neoliberalismo; emoções; risco; ressentimento. Neoliberal reason articulated with control Society has favored the constitution of individual and collective subjects through morality. On the one hand, neoliberalism has promoted the expansion of uncertainty in the lives of the 'humans-made-capital', inciting an oppressing individual and familial responsibility. On the other hand, control society codifies and captures perceptions and affects to take ownership of the future, conforming subjects ever more responsive but impotent. In this context, the affects which circulate in feminisms, such as rage and anger, run a high risk of being colonized by moral resentment. This text works to avoid it by bringing the distinction between morality and ethics in the work of Michel Foucault and Gilles Deleuze, and by revisiting Wendy Brown and Sara Ahmed's debate to shed light over the political practices of contemporary feminisms. Keywords: Feminism; Neoliberalism; Emotions; Risk; Resentment. La racionalidad neoliberal articulada a la sociedad de control favoreció un modo de subjetivación basado en la moral. De una parte, el neoliberalismo propició una amplificación de la incerteza en la vida de los 'humanos hecho capitales', clamando a una responsabilidad individual y familiar opresora. De otra parte, la sociedad de control codifica y captura las percepciones y afectos para apropiar-se del futuro, conformando sujetos cada vez más responsivos, aunque impotentes. En este contexto, los afectos que circulan en los feminismos, como la ira, tienen alto riesgo de queda
ISSN:0104-026X
DOI:10.1590/1806-9584-2023v31n183211