ACOMETIMENTO DO APÊNDICE CECAL NA PARACOCCIDIOMICOSE: RELATO DE CASO

A Paracoccidiomicose (PCM) é uma micose sistêmica endêmica do Brasil. Na Forma Aguda/subaguda (FA) os órgãos do sistema fagocítico-monocitário são afetados, principalmente os linfonodos, medula óssea, fígado e baço. O acometimento do apêndice cecal, que é um órgão linfoide, tem sido pouco descrito n...

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Veröffentlicht in:The Brazilian journal of infectious diseases 2023-10, Vol.27, p.103268
Hauptverfasser: Andrade, Isadora de Lima Xavier, Asato, Marcel Arakaki, Nunes, Maina de Oliveira, de Brito, Eliana da Costa Alvarenga, Chaves, Claudia Elizabeth Volpe
Format: Artikel
Sprache:eng
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Zusammenfassung:A Paracoccidiomicose (PCM) é uma micose sistêmica endêmica do Brasil. Na Forma Aguda/subaguda (FA) os órgãos do sistema fagocítico-monocitário são afetados, principalmente os linfonodos, medula óssea, fígado e baço. O acometimento do apêndice cecal, que é um órgão linfoide, tem sido pouco descrito na literatura e o seu diagnóstico representa um desafio. Relatar um caso de FA da PCM em paciente jovem que apresentou acometimento do apêndice cecal por Paracoccidioides. Homem, 20 anos, natural e procedente de Campo Grande/MS. Apresentava à admissão linfonodomegalia generalizada há 3 meses, associada a perda ponderal de nove quilos em três meses. Uma semana antes apresentou picos febris de 38° em média, associados a fadiga, odinofagia e hiporexia. Negava comorbidades. Ao exame físico apresentava-se com 51 Kg, palidez cutâneo-mucosa e com linfonodomegalia em cadeias linfonodais pré-auricular bilateral, retroauricular bilaterais, occipital direito, cervical superficial e profundo bilateral, tonsilar bilateral, subclavicular bilateral, submentoniano, axilar bilateral e inguinal bilateral, em sua maioria de tamanhos de aproximadamente 1 a 2 cm dolorosos e imóveis. Leveduras com características de Paracoccidioides sp foram visualizadas no exame micológico direto e no histopatológico do fragmento de linfonodo biopsiado. A pesquisa de anticorpos anti-Paracoccidioides por imunodifusão dupla foi reagente, com titulação 1:64. Foi iniciado tratamento com sulfametoxazol + trimetoprima (CMX) 800+160 mg de 8/8h e o paciente teve alta hospitalar. Um mês depois, após um período de melhora clínica, voltou a piorar e apresentar dor abdominal importante, foi indicada anfotericina B formulação lipídica (AnfoB_L) na dose de 150 mg/dia. Evoluiu com piora da dor abdominal, localizando em região inguinal direita. A ultrassonografia sugeriu apendicite aguda. Foi feita apendicectomia e lavagem da cavidade abdominal sem intercorrências. O exame histopatológico foi conclusivo de apendicite aguda granulomatosa por Paracoccidioides spp., visualizados pela coloração de metenamina de prata de Grocott-Gomori. Após completar 1,5g de AnfoB_L, foi prescrito CMX e evoluiu com muita melhora clínica. O caso ilustra a importância de se considerar a PCM no diagnóstico diferencial de abdome agudo em áreas endêmicas da doença.
ISSN:1413-8670
DOI:10.1016/j.bjid.2023.103268