As práticas produtivas e alimentares no espaço rural do Oeste de Santa Catarina: a ação pública na busca e na crítica à modernidade

A região do Oeste de Santa Catarina se integrou à “modernização da agropecuária” a partir da década de 1950, por meio da agroindustrialização de alimentos, tendo como protagonistas o Estado, a sociedade civil e o mercado, que atuaram nos níveis nacional, estadual e municipal. Baseado na sociologia d...

Ausführliche Beschreibung

Gespeichert in:
Bibliographische Detailangaben
Veröffentlicht in:Estudos sociedade e agricultura 2020-02, Vol.28 (1), p.78-108
Hauptverfasser: Catia Grisa, Andréia Tecchio, Leticia Andrea Chechi, Eric Sabourin
Format: Artikel
Sprache:eng
Schlagworte:
Online-Zugang:Volltext
Tags: Tag hinzufügen
Keine Tags, Fügen Sie den ersten Tag hinzu!
Beschreibung
Zusammenfassung:A região do Oeste de Santa Catarina se integrou à “modernização da agropecuária” a partir da década de 1950, por meio da agroindustrialização de alimentos, tendo como protagonistas o Estado, a sociedade civil e o mercado, que atuaram nos níveis nacional, estadual e municipal. Baseado na sociologia da ação pública, o objetivo deste artigo consiste em verificar como as políticas públicas promoveram a modernidade e como ações e políticas públicas mais recentes reforçam ou delineiam novos padrões e trajetórias de desenvolvimento rural e influenciam práticas produtivas e alimentares. A coleta de dados associou revisão bibliográfica e pesquisa de campo. Em 2018, foram realizados dois grupos focais, 13 entrevistas semiestruturadas com gestores públicos e mediadores de sete organizações atuantes na região, e foram aplicados 49 questionários em domicílios rurais localizados em Chapecó e nove municípios vizinhos. Os resultados da pesquisa indicam que a modernidade levou uma parcela significativa de agricultores familiares a produzirem menos alimentos para o autoconsumo e a consumirem mais alimentos industrializados e ultra processados, além de ter provocado concentração da produção, êxodo rural e poluição ambiental. Diante desses riscos e incertezas, “novas” práticas produtivas e alimentares emergiram e novos atores passaram construir alternativas à modernidade. As “novas” estratégias produtivas consistiram na agroindustrialização de alimentos, produção agroecológica, resgate da biodiversidade, criação de feiras e a manutenção da produção para o autoconsumo, apoiadas por diversas ações e políticas públicas. O mesmo Estado que produz riscos, ameaças e incertezas produtivas e alimentares, também contribui para a segurança alimentar e nutricional na região.
ISSN:2526-7752
DOI:10.36920/esa-v28n1-4