Sobre seres de madeira
Este ensaio parte da ideia de uma literatura que produz pensamento crítico e da ficção como uma prática política que dá voz àqueles que não conseguem falar no cotidiano prático do mundo. Acompanhando a proposta de Jacques Ranciére acerca das políticas da ficção, a ideia é, a partir de encontros entr...
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Veröffentlicht in: | Viso (Rio de Janeiro) 2022-07, Vol.16 (30), p.196-212 |
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1. Verfasser: | |
Format: | Artikel |
Sprache: | eng ; por |
Schlagworte: | |
Online-Zugang: | Volltext |
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Zusammenfassung: | Este ensaio parte da ideia de uma literatura que produz pensamento crítico e da ficção como uma prática política que dá voz àqueles que não conseguem falar no cotidiano prático do mundo. Acompanhando a proposta de Jacques Ranciére acerca das políticas da ficção, a ideia é, a partir de encontros entre textos e personagens de diferentes espaços e tempos – a empregada Felicité, do conto “Um coração simples”, de Gustave Flaubert e o ser indefinido Odradek, do conto “Preocupação de um pai de família”, de Franz Kafka –, pensar a literatura como uma das formas de instaurar comunidades político-ficcionais. Vozes virtuais coletivas cujas histórias em que se apresentam compartilham existências sobrepostas pelo seu caráter desviante – ou, no limite, monstruoso. Para isso, a escrita pratica deslizamentos entre as coisas e os seres (ou seres-coisas) que se encontram nas duas narrativas. Colocar seres de ficção (Felicité e Odradek) existindo juntos em prol de uma possibilidade. A ideia é propor novas alianças entre modos de existência político-ficcionais que se instauram como força vivente e intensificam aberturas ao inesperado. Deslizar existências ficcionais para ampliar os possíveis caminhos do pensamento e da existência na literatura. |
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ISSN: | 1981-4062 1981-4062 |
DOI: | 10.22409/1981-4062/v30i/460 |