A experiência da unidade espaço-tempo na literatura e na psicologia

RESUMONeste ensaio defende-se o argumento de que a configuração cronotópica potencializa a obra literária como forma metafórica para experimentar a vida cotidiana. Esse argumento apoia-se nas declarações em que Bakhtin destacou que a organização de processos psicológicos de personagens no enredo est...

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Veröffentlicht in:Bakhtiniana : revista de estudos do discurso 2015-04, Vol.10 (1), p.119-136
Hauptverfasser: Macêdo, Gabriel Fortes Cavalcanti de, Vieira, Nadja Maria
Format: Artikel
Sprache:eng ; por
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Zusammenfassung:RESUMONeste ensaio defende-se o argumento de que a configuração cronotópica potencializa a obra literária como forma metafórica para experimentar a vida cotidiana. Esse argumento apoia-se nas declarações em que Bakhtin destacou que a organização de processos psicológicos de personagens no enredo está relacionada com a experiência da unidade tempo-espaço, conceitualmente denominada de cronotopo. Para exemplificar essas questões desenvolveu-se aqui uma análise da configuração cronotópica do autor-personagem no Livro do desassossego de Fernando Pessoa. A dificuldade do autor-personagem para negociar as posições de figura e fundo no seu pensamento refletiu uma experiência de fronteira específica, revelada na frequente associação de termos antagônicos e uso frequente de neologismos. Percebendo o funcionamento cronotópico da narrativa, discute-se o potencial da literatura na provisão de metáforas para vida real. Nessas considerações chamou-se a atenção para a participação do leitor na constituição do cronotopo e da obra.
ISSN:2176-4573
2176-4573
DOI:10.1590/2176-457320791