Loucos de todo gênero

Nas décadas iniciais do século XX, São Paulo emerge como novo núcleo médico-científico do Brasil. Investimentos, instituições e intelectuais representavam-na pela metáfora cidade-laboratório, parte da propalada supremacia que a destacava internacionalmente. Este artigo remonta o tema por intermédio da publicação do compêndio premiado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo como possibilidade de uma reflexão a mais acerca dos desdobramentos da atuação de seu autor, Antônio Carlos Pacheco e Silva, na história das ciências, da saúde e doenças. As análises reiteram que o manual disseminou constructos eugênicos e organicistas, tratados como fundadores da psiquiatria clínica e forense brasileira.