Evolução das bases teóricas e metodológicas para identificação das mudanças, oscilações e pulsações climáticas

O desenvolvimento deste artigo surge em razão da distinção conceitual entre três grandes grupos de eventos climáticos baseados na durabilidade e ciclicidade temporal de determinada tendência dos fenômenos atmosféricos: mudanças climáticas, oscilações climáticas e pulsações climáticas. Assim, objetiva evidenciar cronologicamente a evolução de algumas bases teóricas-metodológicas responsáveis pela identificação de episódios paleoclimáticos vinculados aos conceitos estabelecidos. A análise foi conduzida de modo a destacar as primeiras constatações de eventos glaciais e interglaciais (mudanças climáticas), abordando antigas nomenclaturas e técnicas de identificação pautadas em datações relativas. A posteriori são promovidas discussões sobre a revolução dos isótopos cosmogênicos, responsável pelo aperfeiçoamento do reconhecimento das mudanças climáticas e primeiras identificações de oscilações climáticas. Trata-se especificamente dos estudos das razões de isótopos de oxigênio (16O, 18O) em foraminíferos de leitos marinhos, bem como das novas nomenclaturas desenvolvidas. Por fim, são abordadas discussões teóricas que evidenciam subsídios metodológicos das Geociências para identificação de pulsos climáticos de curta duração, ocorridos em escala de tempo recente da natureza a partir de distintos métodos de datação aplicados em inúmeros proxies/registros existentes. Verifica-se aperfeiçoamento da identificação de eventos paleoclimáticos de diferentes durabilidades e ciclicidades temporais, condizente com refinamentos metodológicos impulsionados por avanços tecnológicos inerentes às Ciências da Terra.