O quesito raça/cor nos estudos de caracterização de usuários de Centro de Atenção Psicossocial

Este trabalho teve como objetivo apresentar, por meio de revisão narrativa da literatura científica, o perfil dos usuários atendidos em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), para verificar a inclusão do quesito raça/cor nessa produção. O levantamento bibliográfico foi realizado de maio a agosto de...

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Veröffentlicht in:Saúde e sociedade 2017-03, Vol.26 (1), p.100-114
Hauptverfasser: Naiara Gajo Silva, Barros, Sônia, Fernanda Christiane de Azevedo, Batista, Luís Eduardo, Valéria Camargo Policarpo
Format: Artikel
Sprache:eng ; por
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Zusammenfassung:Este trabalho teve como objetivo apresentar, por meio de revisão narrativa da literatura científica, o perfil dos usuários atendidos em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), para verificar a inclusão do quesito raça/cor nessa produção. O levantamento bibliográfico foi realizado de maio a agosto de 2015 no Google Acadêmico e em bases que compõem a Biblioteca Virtual de Saúde: Medline, BDENF, Paho, Index Psicologia e Lilacs. As estratégias de busca foram: (1) “mental health services”/“serviços de saúde mental” AND “epidemiological profile”/“perfil epidemiológico” e (2) “mental health services”/“serviços de saúde mental” AND “health profile”/“perfil de saúde”. Dois revisores avaliaram títulos e resumos dos 452 artigos recuperados. A partir disso, foram excluídos os artigos repetidos e os que não tratam do perfil de usuários de CAPS, restando então 17 artigos. Desses, apenas três apresentaram dados de raça/cor, mas nenhum discutiu esses dados. Verificou-se que dois CAPS têm proporcionalmente mais negros em tratamento do que a população em geral, e evidenciou-se que o uso da variável raça/cor para caracterizar usuários dos serviços de CAPS ainda é reduzido, mesmo que seja importante marcador de cunho social - isso vai ao encontro da maneira como as desigualdades raciais no Brasil são tratadas pela sociedade: como inexistentes, o que reforça as iniquidades. Essas desigualdades têm se revelado persistentes e requerem que a política de saúde mental e a academia iniciem discussão que vá além de recomendações de conferências, para que se definam estratégias para esse enfrentamento e se produzam e reproduzam conhecimentos que possam ajudar na elaboração e implementação dessas estratégias.
ISSN:0104-1290
1984-0470
1984-0470
DOI:10.1590/S0104-12902017164968