ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE LEPTOSPIROSE NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2018 E 2022

A leptospirose é uma doença infecciosa transmitida a partir do contato com a urina dos ratos, contaminados pela bactéria do gênero Leptospira. Foi classificada como uma Doença Tropical Negligenciada, pois afeta comunidades marcadas pela desigualdade social, que vivem em áreas sem saneamento básico a...

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Veröffentlicht in:The Brazilian journal of infectious diseases 2023-10, Vol.27, p.103505
Hauptverfasser: da Fonseca Santana, Joanna Sousa, Filho, George Gustavo Santos Souza, do Vale, Vitor Sampaio, Sampaio, Caio Alves, Machado, Carolina Nascimento, Oliveira, Lara de Mello, de Sá Sarmento, Maria Tereza, Teixeira, Maria Eduarda Kobayashi
Format: Artikel
Sprache:eng
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Beschreibung
Zusammenfassung:A leptospirose é uma doença infecciosa transmitida a partir do contato com a urina dos ratos, contaminados pela bactéria do gênero Leptospira. Foi classificada como uma Doença Tropical Negligenciada, pois afeta comunidades marcadas pela desigualdade social, que vivem em áreas sem saneamento básico adequado. Assim, esse trabalho objetiva fazer a análise epidemiológica da doença no Brasil entre os anos de 2018 e 2022. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, realizado a partir do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Brasil (SINAN). Avaliou-se o território nacional, no período de 2018 a 2022, sendo coletadas as variáveis: etnia/raça, sexo, evolução, faixa etária e escolaridade. O total de casos registrados no Brasil nesses 5 anos foi de 13.497. A região com maior número de notificações foi a Sudeste (32,14%), seguida pela Sul (31,82%), Nordeste (19,12%), Norte (14,09%) e Centro Oeste (2,17%), respectivamente. A população mais acometida é do sexo masculino (82,23%), etnia parda (57,68%), dos 20 aos 59 anos (75,87%). No Brasil, a taxa de óbito é de 9,63% (1.300), sendo mais alta no Nordeste com 13,87% (370) e 73,98% (1.973) de cura. A região Sul, com a segunda com maior quantidade de casos, obteve a menor taxa de óbito (5,38%, 231). Para escolaridade, destaca-se a taxa de 42,96% de dados ignorados, todavia, apenas 2,81% dos casos correspondem a indivíduos com ensino superior completo. É possível perceber uma discrepância entre os sexos, as raças e a escolaridade, acometendo as populações mais vulneráveis socioeconomicamente. No que tange a mortalidade por leptospirose: embora ocupe a 3ª posição das regiões com maior número de notificações da infecção, a região Nordeste apresenta a maior taxa de óbito pela doença. Tal dado pode estar relacionado com a baixa escolaridade, com a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, como também com uma possível subnotificação dos casos. Destaca-se que a principal forma de contaminação da doença depende da ausência do saneamento básico, que também é precário nesses locais. Vale ressaltar que o tratamento da leptospirose requer antibioticoterapia, ou seja, é uma doença curável e resolutiva se diagnosticada precocemente. Portanto, é imprescindível orientar os profissionais para identificação rápida e eficaz da doença a fim de reduzir sua letalidade, bem como o investimento em políticas públicas de saneamento para controle da contaminação.
ISSN:1413-8670
DOI:10.1016/j.bjid.2023.103505