Narrativas Guaranis de José de Melo e Silva (1939) na Fronteira Brasil/Paraguai

Neste trabalho, entende-se que a produção de conhecimento veiculada por meio de textos e autores foi um alicerce de expansão do modelo de estado nacional brasileiro denominado Estado Novo (1937-1945). Tal produção visava estabelecer limites de atuação do estado, legitimando uma política de valorizaç...

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Veröffentlicht in:RELACult 2017-12, Vol.3 (3)
Hauptverfasser: Fiuza, Wagner Henrique Neres, Olinto, Beatriz Anselmo, Bomfim, Tiago Vicente Penteado
Format: Artikel
Sprache:eng ; spa
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Online-Zugang:Volltext
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Zusammenfassung:Neste trabalho, entende-se que a produção de conhecimento veiculada por meio de textos e autores foi um alicerce de expansão do modelo de estado nacional brasileiro denominado Estado Novo (1937-1945). Tal produção visava estabelecer limites de atuação do estado, legitimando uma política de valorização do nacional em relação ao elemento estrangeiro. Neste contexto, o trabalho objetiva discutir a visão do outro no texto Fronteiras Guaranis (1939), obra de José de Melo e Silva, à época profundamente engajado com o projeto político de Getúlio Vargas denominado Marcha para Oeste. Em seu trabalho, Melo e Silva constrói a brasilidade em oposição ao “guaranizado” paraguaio, elemento fronteiriço que estaria ameaçando culturalmente a fronteira brasileira. O autor trabalha argumentos eugênicos para caracterizar aquela população, condicionando suas ações por sua etnia, e propondo soluções para integrar aquelas pessoas ao que chamava de civilização brasileira. Entende-se que ao buscar narrar uma história e constituir uma geografia humana na fronteira, Melo e Silva instituiu identidades, (re)criando aquele espaço e com isso delimitando os lugares sociais que deveriam ser ocupados pelos indígenas paraguaios, no geral como mão-de-obra barata para a extração da erva-mate e o treinamento para o trabalho agrícola em escolas profissionais. Tais ideias integram elementos materiais e imateriais do discurso, demarcam e legitimam projetos políticos e processos de classificação e controle estatal de povos indígenas em prol de um modelo de sociedade baseado na agropecuária.
ISSN:2525-7870
2525-7870
DOI:10.23899/relacult.v3i3.529