O vestígio da existência negada e a atitude da coexistência desde Maria Firmina dos Reis em diálogo com a fenomenologia beauvoiriana

The objective of this paper is to describe the short story “A escrava” [1887], by Maria Firmina dos Reis, using the Beauvoirian phenomenological method of relating literature and philosophy, insofar as this description is aimed at philosophical ends. Our hypothesis is that the short story enables us to think, from a Brazilian context, both about the idea of a vestige of denied existence and the relationship of coexistence between people in unequal situations, without falling into colonialist perspectives, so that we can find in it a method of coexistence that implies an anti-colonialist existential attitude. O objetivo deste artigo é realizar uma descrição do conto “A escrava” [1887], de Maria Firmina dos Reis, utilizando o método fenomenológico beauvoiriano de relacionar literatura e filosofia, na medida em essa descrição visa fins filosóficos. A nossa hipótese de estudo é a de que o conto nos permite pensar, desde um contexto brasileiro, tanto a ideia de vestígio da existência negada quanto a relação de coexistência entre pessoas em situações desiguais, sem a queda em perspectivas colonialistas, de maneira que podemos encontrar nele um método da coexistência que implica uma atitude existencial anticolonialista.