EP-232 - SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA EM PACIENTE COM GATILHO INFECCIOSO POR HERPES SIMPLES TIPO 1: RELATO DE CASO

A síndrome hemofagocítica (SH) é uma condição rara caracterizada por uma hiperativação desregulada do sistema imunológico, resultando em hemofagocitose anormal. A SH pode ser dividida em primária e secundária e esta última pode ser desencadeada por patógenos infecciosos, neoplasias, doenças autoimun...

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Veröffentlicht in:The Brazilian journal of infectious diseases 2024-10, Vol.28, p.104144
Hauptverfasser: Santos, Isabelle Oliveira, Petroni, Roberta Cardoso, Ruiz, Renato de Mello, Siqueira, Aline Graciano, Seabra, Natalia Farias, de Oliveira, Erica Nunes, Santana, Rubia Anita Ferraz, Villarinho, Andrea Aparecida Rocco, Guerra, Joao Carlos de Campos, Doi, Andre Mario
Format: Artikel
Sprache:eng
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Beschreibung
Zusammenfassung:A síndrome hemofagocítica (SH) é uma condição rara caracterizada por uma hiperativação desregulada do sistema imunológico, resultando em hemofagocitose anormal. A SH pode ser dividida em primária e secundária e esta última pode ser desencadeada por patógenos infecciosos, neoplasias, doenças autoimunes, imunossupressão e medicamentos. Entre os gatilhos infecciosos, a família Herpesviridae é responsável por 62% dos casos, com destaque para o Epstein-Barr (43%). Outros herpesvírus, incluindo os tipos 1 e 2, são menos comuns, mais frequente em pacientes imunodeprimidos e raramente afetando adultos imunocompetentes. Relatamos o caso de uma paciente imunocompetente de 27 anos com quadro de SH desencadeada por infecção por vírus herpes simples tipo 1 em nosso serviço. A paciente apresentou febre, mialgia, náuseas e vômitos com dois dias de evolução, evoluindo para insuficiência respiratória aguda. A paciente não possuía antecedentes relevantes, imunossupressão ou diagnósticos prévios. Durante a investigação, foram descartadas alterações genéticas associadas à SH primária; tomografia de tórax evidenciava consolidação pulmonar e atelectasias. As sorologias para dengue, Zika, chikungunya, citomegalovírus, Epstein-Barr, clamídia e neisseria foram não reagentes. Apresentou sorologia IgG positiva para herpes simples. Foi então solicitado o PCR em tempo real em lavado broncoalveolar e sangue periférico que confirmou a presença do DNA do herpes simples tipo 1. A paciente continuava apresentando febre além de esplenomegalia, pancitopenia, hiperferritinemia, hipertrigliceridemia e evidência de SH em aspirado de medula óssea. O HScore da paciente indicou uma probabilidade de 98% para SH. O tratamento foi feito com imunoglobulina, corticoterapia e aciclovir evoluindo com reversão dos sinais de disfunção orgânica. A detecção precoce do agente infeccioso foi crucial para o tratamento eficaz. A SH secundária ao herpes vírus tipo 1 é uma condição rara em adultos imunocompetentes, por isso a importância dos testes moleculares no diagnóstico diferencial da etiologia desta síndrome.
ISSN:1413-8670
DOI:10.1016/j.bjid.2024.104144