ENDOCARDITE ASSOCIADA A DIÁLISE: ANÁLISE DE UMA COORTE PROSPECTIVA DE PACIENTES COM ENDOCARDITE COMUNITÁRIA E ENDOCARDITE ASSOCIADA A HEMODIÁLISE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Nos países em desenvolvimento a mortalidade de endocardite infecciosa (EI) varia entre 19% e 46%. Recentemente, alguns times de EI tem relatado a incidência da doença na população em terapia renal substitutiva no Brasil, ressaltando-se a importância do tema dentre as infecções associadas a assistênc...

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Veröffentlicht in:The Brazilian journal of infectious diseases 2022-01, Vol.26, p.101731, Article 101731
Hauptverfasser: de Sousa, Luiza Silva, Solórzano, Victor Edgaer Fiestas, Rodrigues, Nicollas Garcia, Damasco, Paula Hesselberg, Siebra, Ana Clara Mecenas, Lopes, Pablo Moura, Salgado, Angelo Antunes, Wajsbrot, Bruno Reznik, Coutinho, Henrique Madureira da Rocha, Bomfim, Alfredo de Souza, Coutinho, Joaquim Henrique de Souza Aguiar, Damasco, Paulo Vieira
Format: Artikel
Sprache:eng
Online-Zugang:Volltext
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Beschreibung
Zusammenfassung:Nos países em desenvolvimento a mortalidade de endocardite infecciosa (EI) varia entre 19% e 46%. Recentemente, alguns times de EI tem relatado a incidência da doença na população em terapia renal substitutiva no Brasil, ressaltando-se a importância do tema dentre as infecções associadas a assistência de saúde (IAAS). Descrever e analisar comparativamente os aspectos epidemiológicos, clínicos, ecocardiográficos e desfecho de internação de pacientes com EI associada à diálise (EIAD) e EI comunitária (EIC). Estudo observacional, prospectivo, sem intervenções quanto prevenção de IAAS. Esta análise baseia-se numa coorte de 45 pacientes com EIC e 23 pacientes EIAD num hospital universitário de 600 leitos do Rio de Janeiro (RJ). No período analisado, junho/2009 a maio/2021, foram internados 146.828 pacientes. A EI foi definida de acordo com o critério de DUKE modificado e as análises estatísticas realizadas no Stata Statistical Software. Resultados A média de idade dos 91 pacientes desta coorte foi de, respectivamente, 49 e 46 anos nos grupos EIC e EIAD (p = 0,436). Enquanto a incidência no hospital analisado foi de, respectivamente, 4,63 casos e 1,56 para cada 100.000 internações em EIC e EIAD. A frequência de EIAD no grupo foi de 23/91 (25,27%). Os fatores de risco (FR) para EIC observados foram: valvulopatia prévia (53% x 22%, p = 0,013) e patologia oral (13% x 0%, p < 0,01). Quanto a EIAD os mais relevantes FR foram a presença de acesso vascular de hemodiálise (100% x 7%, p < 0,0001) e diabetes mellitus (14% x 8%, p = 0,05). Quanta à etiologia, nos pacientes com EIAD o Staphylococcus aureus foi o principal agente (39% x 13%, p = 0,015), por outro lado, no grupo de EIC prevaleceu Streptococcus spp. (16% x 4%, p < 0,001) como patógeno isolado. Obteve-se associação entre S. aureus resistente a oxacilina e linfopenia nos pacientes EIAD (p = 0,03). Encontrou-se frequência relevante de bacteremia por Enterococcus spp nos pacientes com EIC (20% x 10%, p < 0,001). Em relação ao tamanho da vegetação valvar, a média no grupo de EIC e EIAD foi de 1,2 cm e 1,0 cm (p = 0,345), respectivamente. A maior taxa de letalidade nesta coorte de EI do RJ foi associada ao grupo de pacientes com EIAD (70% x 33%, p < 0,01). A coorte de pacientes de EI aponta pela maior gravidade do desfecho no grupo de dialíticos. Neste trabalho apresentamos a importância dos dados regionais dos times de EI para melhor entendimento e manejo da patologia em nosso país.
ISSN:1413-8670
1678-4391
DOI:10.1016/j.bjid.2021.101731