BULLYING E CYBERBULLYING ENTRE ESTUDANTES ADOLESCENTES: UM PANORAMA DAS PESQUISAS PUBLICADAS NAS BASES DE EDUCAÇÃO, EDUCAÇÃO FÍ SICA, PSICOLOGIA E SAÚDE COLETIVA ENTRE 2017 E 2021

A corporeidade e as representações de si compõem o debate acadêmico na Educação, na Educação Física e demais áreas de estudos do desenvolvimento humano. Na adolescência, momento em que se acentua a construção da identidade, as práticas pedagógicas que valorizam a construção de valores sociomorais e o desenvolvimento da autonomia, tornam-se fundamentais. Neste artigo, realizamos uma pesquisa exploratória de revisão sistemática de literatura, com objetivo de analisar produções acadêmico-científicas publicadas em bases das áreas de educação, Educação Física, psicologia e saúde coletiva, nos últimos cinco anos (2017 a 2021), relacionadas ao bullying/cyberbullying em estudantes adolescentes, identificando em especial as pesquisas que se apoiaram nos conceitos da teoria piagetiana sobre o desenvolvimento sociomoral. A busca resultou em 67 produções científicas, sendo que 33 dessas tem enfoque no estudante adolescente. As pesquisas encontradas, mesmo embasadas em referenciais teóricos diferentes, convergiram na indicação de que espaços escolares que contribuem para tomada de consciência das ações, para as soluções de conflitos e que se afastam de ações coercitivas, violentas, arbitrárias e heterônomas, contribuem a médio e longo prazo para o desenvolvimento moral dos estudantes adolescentes. Os estudos enfatizaram o trabalho dos professores como possibilidades de intervenção pedagógica, por meio de uma educação democrática, empática e solidária que contribua com a civilidade, minimizando a indisciplina e o bullying/cyberbullying. Quanto à relação direta entre bullying e cyberbullying com a compreensão do valor das regras e das normas que regulam a convivência social cooperativa, pautada no valor sociomoral do respeito mútuo, amplamente defendida na perspectiva piagetiana, não foi localizada nas produções, na temporalidade investigada.