Cistos odontogênicos inflamatórios e de desenvolvimento: estudo observacional e retrospectivo de 23 anos

Objetivo: Avaliar a prevalência e características dos cistos odontogênicos de forma observacional e retrospectiva, delineando o perfil epidemiológico destas lesões. Material e Métodos: Foram coletados os seguintes dados dos prontuários de pacientes com diagnóstico confirmado microscopicamente: idade, sexo, etnia, localização anatômica, diagnóstico histopatológico e tratamento, entre os anos de 1995 a 2018. Resultados: Dos 70 cistos, 75,7% eram inflamatórios e 24,2% de desenvolvimento. O cisto periapical inflamatório foi o mais prevalente (62,8%) seguido pelo cisto dentígero (71,0%). O cisto radicular lateral e queratocisto odontogênico obtiveram o mesmo percentual (5,7%), seguidos do cisto residual (4,3%), paradentário (2,8%) e a variável ortoqueratinizada (1,5%). As mulheres foram ligeiramente mais afetadas (1,12:1) com maior acometimento de leucodermas (80%). Idade e localização anatômica diferiram de acordo com cada lesão, embora a região anterior de maxila tenha sido mais afetada. A enucleação foi o tratamento mais utilizado (75,7%), exceto para o queratocisto odontogênico, no qual a marsupialização foi realizada em 75% dos casos. Conclusão: Os dados epidemiológicos fornecem uma visão importante para o entendimento da prevalência, extensão e gravidade dessas lesões, viabilizando o diagnóstico precoce e medidas preventivas, a fim de garantir a redução dos casos e melhorar a qualidade de vida da população.