LESÕES DE ÓRGÃO-ALVO SECUNDÁRIAS AO CITOMEGALOVÍRUS NO TRATO DIGESTIVO DE PESSOAS VIVENDO COM HIV E IMUNOSSUPRESSÃO SEVERA: ESTUDO OBSERVACIONAL RETROSPECTIVO NO INSTITUTO DE INFECTOLOGIA EMÍLIO RIBAS

As lesões de órgão-alvo secundárias ao citomegalovírus (CMV) em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) se apresentam classicamente no contexto de imunodepressão grave. Atualmente, dispomos de poucos dados sobre o acometimento do CMV no trato digestivo em PVHIV no Brasil. Os objetivos deste estudo foram ide...

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Veröffentlicht in:The Brazilian journal of infectious diseases 2023-10, Vol.27, p.103025, Article 103025
Hauptverfasser: Schneider, Gustavo Arthur Reis, Castanheira, Nidyanara Francine, Bogoni, Giualine, Bermúdez, José Ernesto Vidal, Ferrari, Raphaela, Moraes Júnior, Rodovaldo Lucas
Format: Artikel
Sprache:eng
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Beschreibung
Zusammenfassung:As lesões de órgão-alvo secundárias ao citomegalovírus (CMV) em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) se apresentam classicamente no contexto de imunodepressão grave. Atualmente, dispomos de poucos dados sobre o acometimento do CMV no trato digestivo em PVHIV no Brasil. Os objetivos deste estudo foram identificar a prevalência de lesões de órgão-alvo por CMV no trato digestivo de PVHIV com imunossupressão grave e descrever as principais características clínicas e laboratoriais dessa população. Este foi um estudo observacional, de coorte e retrospectivo, conduzido no IIER, centro terciário localizado em São Paulo. Foram incluídos os casos internados entre janeiro e dezembro de 2019, com diagnóstico confirmado de infecção por HIV-1, contagem de linfócitos T-CD4+ (LT-CD4+) ≤ 100 células/µL e com realização de um ou mais exames de detecção quantitativa de DNA de CMV no plasma durante a internação. Dentre eles, foram identificados os casos com diagnóstico histopatológico de lesões de órgão-alvo secundárias ao CMV no trato digestivo. Identificamos 10 (3,8%) casos com acometimento do trato digestivo secundário ao CMV dentre 261 casos avaliados. Em 9 (90%) casos, a doença citomegálica foi definidora de aids. Nove (90%) casos eram do sexo masculino, com média (intervalo de variação) de idade de 44 (31 - 56) anos e média de LT-CD4+ de 13 células/µL. Os 10 pacientes apresentavam detecção quantitativa de DNA de CMV no plasma com média (intervalo de variação) de 113.431 (196 – 969.535) UI/mL. As principais formas clínicas de acometimento do trato digestivo foram esofagite, sete (2,7%) casos; úlceras mucocutâneas, dois (0,8%) casos; proctite, dois (0,8%) casos; gastroenterite, um (0,4%) caso; e colite, um (0,4%) caso. Dentre os 10 casos com acometimento do trato digestivo por CMV, oito receberam tratamento anti-CMV e um (10%) faleceu devido à pneumonia hospitalar. A prevalência de lesões de órgão-alvo secundárias ao CMV no trato digestivo de pacientes com aids e imunossupressão severa foi de 3,8%, similar ao descrito em estudos realizados na era pré-TARV, e a esofagite citomegálica foi a forma clínica mais frequente. A maioria dos casos apresentou a doença citomegálica no trato digestivo como doença definidora de aids e após tratamento anti-CMV, teve alta hospitalar. Todos os casos com lesões de órgão-alvo no trato digestivo apresentaram detecção quantitativa de DNA de CMV no plasma, com valores variáveis.
ISSN:1413-8670
DOI:10.1016/j.bjid.2023.103025