Revolvendo as raízes da antropologia: algumas reflexões sobre “relações”
Há cerca de sessenta anos, Raymond Firth pensava ser necessário afirmar que as relações sociais não podem ser observadas pelo etnógrafo; elas podem ser inferidas apenas a partir das interações entre as pessoas. Era preciso abstração. Outros pensavam que o problema era de concretização, e recorriam,...
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Veröffentlicht in: | Revista de antropologia (São Paulo) 2016-06, Vol.59 (1), p.224-257 |
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1. Verfasser: | |
Format: | Artikel |
Sprache: | eng ; por |
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Zusammenfassung: | Há cerca de sessenta anos, Raymond Firth pensava ser necessário afirmar que as relações sociais não podem ser observadas pelo etnógrafo; elas podem ser inferidas apenas a partir das interações entre as pessoas. Era preciso abstração. Outros pensavam que o problema era de concretização, e recorriam, por sua vez, à personificação. Ao mesmo tempo, Firth referia-se, sem qualquer problematização, a relações em abstrato ao comparar, por exemplo, padrões econômicos e morais. Essas questões não teriam sido estranhas a Hume e outros expoentes do Iluminismo escocês, que se debruçaram sobre o poder das relações no entendimento (humano) e na narrativa (acadêmica), assim como na empatia interpessoal. Neste artigo, evoca-se um período anterior no Iluminismo europeu em geral, entre outras coisas, por conta de seu interesse em narrativas sobre o “desconhecido”. Nessa época, encontramos também algumas peculiaridades da língua inglesa, que estava sendo apropriada por muitos escoceses. No que diz respeito às “relações” no século XVIII, esses usos adensam o enredo, com implicações ainda provocadoras.
Some sixty years ago Raymond Firth thought it was necessary to point out that social relations could not be seen by the ethnographer, they could only be inferred from people’s interactions. Abstraction was necessary. – Others have thought making concrete was the problem, and resorted instead to personification. – At the same time Firth unproblematically talked of relations in the abstract when he was comparing (for example) economic and moral standards. The issues would not have been unfamiliar to Hume, and other luminaries of the Scottish Enlightenment, who dwelt on the power of relations in (human) understanding and (scholarly) narrative, as well as interpersonal empathy. At this early stage of the article, it seems appropriate to evoke an antecedent period in the European Enlightenment at large, among other things for its interest in narratives of the ‘unknown’. We also find in this epoch some peculiarities in the English language that many Scots were making their own. These usages thicken the plot as far as ‘relations’ in the eighteenth century go, with implications that still tease us. |
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ISSN: | 0034-7701 1678-9857 |
DOI: | 10.11606/2179-0892.ra.2016.116918 |