Função Simbólica e Desenvolvimento da Noção Temporal em Surdos e Ouvintes

Em pesquisa realizada anteriormente, constatou-se que são as trocas simbólicas estabelecidas entre o sujeito e o meio que possibilitam a ele interagir com os outros, levando-o a reorganizar suas estruturas cognitivas internas, alcançando estágios mais elaborados. No caso da pessoa com surdez, essa p...

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Veröffentlicht in:Schème : Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas 2014-12, Vol.6
1. Verfasser: Rosimar Bortolini Poker
Format: Artikel
Sprache:por
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Beschreibung
Zusammenfassung:Em pesquisa realizada anteriormente, constatou-se que são as trocas simbólicas estabelecidas entre o sujeito e o meio que possibilitam a ele interagir com os outros, levando-o a reorganizar suas estruturas cognitivas internas, alcançando estágios mais elaborados. No caso da pessoa com surdez, essa possibilidade de troca pode ficar comprometida e o conhecimento a respeito da construção da noção temporal, parece ser essencial para viabilizar um caminho de explicação sobre as dificuldades que apresentam quanto ao seu desenvolvimento cognitivo. Assim, com base na teoria de Jean Piaget, o estudo pretendeu compreender de que maneira a noção temporal se constitui, como possibilita ao sujeito o processo de construção do real, e analisar, por meio de avaliação empírica, se a dificuldade em estabelecer trocas simbólicas provocadas pela surdez, comprometeria o desenvolvimento desta noção. Para tanto, foi realizada pesquisa bibliográfica e pesquisa empírica, por meio da avaliação comparativa entre o desempenho de sujeitos surdos e ouvintes quanto a construção da noção temporal. Dois grupos de sujeitos com idade entre 10 e 12 anos foram compostos: um com 3 sujeitos surdos e outro com 3 ouvintes. A avaliação e análise dos dados se basearam em um experimento criado por Piaget e sua equipe. Os resultados demonstraram que os sujeitos ouvintes apresentaram respostas de nível operatório, compatíveis com a faixa etária em que se encontravam. Diferentemente, os sujeitos surdos manifestaram respostas de nível de transição, o que indica uma situação de atraso cognitivo. Conclui-se que o possível comprometimento linguístico apresentado pelas pessoas com surdez, pode dificultar o exercício da atividade representativa provocando atraso na construção da noção temporal e, consequentemente, no desenvolvimento do pensamento. Neste sentido, parece que a Língua de Sinais se constitui num instrumento importante para os surdos, pois viabilizaria as trocas simbólicas que favorecem o desenvolvimento cognitivo.
ISSN:1984-1655
DOI:10.36311/1984-1655.2014.v6n0.p208-224