Propriedades estético-químicas e indicações clínicas dos giômeros: revisão de literatura

O giômero é um material restaurador híbrido, desenvolvido nos anos 2000, que apresenta uma combinação de características e propriedades, tanto da resina composta, quanto do cimento ionomérico, mas cujas indicações clínicas ainda não estão claras. A presente revisão tem como objetivo avaliar a literatura que aborda essas indicações, bem como as propriedades estéticas e químicas, comparativamente aos materiais restauradores tradicionais não híbridos. A busca bibliográfica foi realizada nas bases de dados PubMed, LILACS e SciELO, de 2016 a 2022. Ela incluiu artigos publicados em inglês, português e espanhol, e utilizou estratégias adaptadas a cada base e descritores compatíveis com o objetivo. Foram excluídas as publicações cujas versões completas estivessem duplicadas e/ou indisponíveis para acesso gratuito. De um total inicial de 137 artigos, foram selecionados 14. Observou-se que ainda existem dúvidas sobre a quantidade de flúor liberada ao longo do tempo e quanto à possibilidade de efeito burst, ou seja, o efeito de explosão inicial que acontece nas primeiras 24 horas e diminui com o tempo, semelhante ao que ocorre no cimento de ionômero de vidro e não acontece nas resinas convencionais. À luz da literatura consultada, é possível concluir que os giômeros, assim como as resinas compostas, podem ser amplamente indicados para procedimentos restauradores, por possuírem resistência e estética satisfatórias, além de liberarem quantidade de flúor suficiente para prevenção da doença cárie, sendo possível recarregá-los deste íon, como ocorre nos cimentos de ionômero de vidro.