Perfil socioeconômico, nutricional e fatores de risco cardiometabólico de pacientes esquizofrênicos em uso de antipsicóticos: uma reflexão para intervenção nutricional

Objetivo: Caracterizar o perfil socioeconômico, nutricional e os fatores de risco cardiometabólico de pacientes com esquizofrenia em uso de antipsicóticos atendidos em um hospital público de Fortaleza/CE. Métodos: Estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa, envolvendo 146 indivíduos com esquizofrenia em uso de antipsicóticos, acompanhados numa unidade de saúde terciária em Fortaleza/CE. A coleta dos dados foi realizada nos meses de agosto e setembro de 2012. Realizou-se entrevista contendo aspectos sociodemográficos, avaliação dos antipsicóticos, fatores de risco, exame clínico e medidas antropométricas (peso, altura, circunferências da cintura, do quadril e abdominal). Resultados: Dentre os entrevistados, 44,52% (n=65) eram mulheres e 55,48% (n=81) homens. A idade prevalente foi de 20 a 39 anos, 32,19% brancos (n=47), 117 solteiros (80,14%), que tiveram de 1 a 9 anos de estudo (n=51; 34,93%), sem ocupação (n=110; 75,34%) e com renda de até 1 salário (n=72; 49,32%). Pela classificação do IMC, 25,34% (n=37) apresentavam sobrepeso e 28,08% (n=41) obesidade. Dos homens, 78,32% (n=65) apresentavam risco muito alto de doença cardiovascular e 92,06% das mulheres (n=58). Da amostra, 42 homens (51,22%) e 43 (67,19%) mulheres apresentaram risco de desenvolver doenças metabólicas. Conclusão: O estudo demonstrou que os pacientes se encontravam, em sua maior parte, na fase produtiva da vida, não tinham ocupação e apresentavam baixa renda. Pode-se inferir que a maioria estava com excesso de peso e apresentava maior probabilidade de desenvolver distúrbios metabólicos.