FRONTEIRAS E CAMINHOS-DE-FERRO: DA QUIMERA SAINT-SIMONIANA AO DESENCANTO TECNODIPLOMÁTICO (C. 1850-C. 1900)

As elites tecnocratas portuguesas que, em meados do século XIX, apoiavam o Fontismo bebiam muito da ideologia saint-simoniana, desenvolvida em França na viragem de Setecentos para Oitocentos. O Saint-simonismo defendia a criação de civilizações de circulação, que caminhassem paulatinamente para uma...

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Veröffentlicht in:Revista de história das idéias 2018-09, Vol.35, p.227-259
1. Verfasser: Pereira, Hugo Silveira
Format: Artikel
Sprache:eng ; por
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Zusammenfassung:As elites tecnocratas portuguesas que, em meados do século XIX, apoiavam o Fontismo bebiam muito da ideologia saint-simoniana, desenvolvida em França na viragem de Setecentos para Oitocentos. O Saint-simonismo defendia a criação de civilizações de circulação, que caminhassem paulatinamente para uma federação europeia, através da construção de redes de caminhos-de-ferro, aproximando as diversas nações entre si. Este ideário foi assimilado por engenheiros e políticos nacionais e consubstanciado no projeto de ligar Porto, Lisboa e vários domínios ultramarinos aos países e colónias vizinhos. Contudo, este plano chocava contra as diferentes agendas económicas, políticas e diplomáticas dessas nações. Recorrendo ao conceito de tecnodiplomacia e ao modelo de análise dos cross-borders e dos large technological systems (LTS) transnacionais, procuraremos, neste artigo, demonstrar como o projeto saint-simoniano de criação de civilizações de circulação foi dificultado pelo surgimento de obstáculos tecnodiplomáticos e assim contribuir para o debate sobre os LTS transnacionais.
ISSN:0870-0958
2183-8925
DOI:10.14195/2183-8925_35_9