Vestibulovaginectomia parcial associada à neouretrostomia para tratamento de fibroleiomioma vaginal: relato de caso

As neoplasias do trato reprodutivo tubular em cadelas representam um total de 2-3% das neoplasias caninas, das quais 85-90% ocorrem na vagina e na vulva. A escolha da abordagem cirúrgica para tratamento vai depender do grau de comprometimento das estruturas adjacentes e do tamanho da neoformação. Portanto, objetivou-se relatar os aspectos clínico-patológicos do fibroleiomioma e descrever a vestibulovaginectomia parcial (VVP) associada à neouretrostomia em uma cadela. Foi atendida uma cadela, sem raça definida, com histórico de castração na qual durante o procedimento o médico veterinário cirurgião realizou uma biópsia incisional de massa vaginal percebida no transcirúrgico, na ocasião a tutora não percebia nenhuma alteração física no animal e demais exames pré-operatórios estavam dentro da normalidade. Para delimitação tumoral e planejamento cirúrgico foi realizada tomografia computadorizada. A cirurgia foi realizada em dois tempos, em que o primeiro consistiu na realização de uma celiotomia mediana retroumbilical para liberar o coto uterino de aderências. Já o segundo consistiu na realização de uma episiotomia para exposição das estruturas anatômicas, divulsão tecidual, retroflexão da vagina, ligadura e retirada de toda a porção acometida pela neoplasia. Foi necessária a realização de uma neouretrostomia, visto que o óstio uretral externo estava envolvido pela neoformação. As principais complicações pós-operatórias iniciaram cerca de 14 dias após procedimento, sendo observadas incontinência urinária e dermatite urêmica nas proximidades do novo óstio uretral. A vestibulovaginectomia parcial associada à neouretrostomia se apresenta como abordagem eficaz e exequível no tratamento de neoplasias extensas do trato genitourinário de cadelas.