RELAÇÃO SOLO-RELEVO NO OESTE DO PARANÁ, ESTUDO DE CASO: FOLHA TOPOGRÁFICA DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON, BRASIL

Na região Oeste do Paraná, estudos demonstram que as coberturas pedológicas estão em desequilíbrio, exemplificado pela transformação dos Nitossolos e Latossolos. Modelos conceituais relacionados à pedogênese regressiva, amparados na relação solo-relevo, têm auxiliado na elucidação da evolução pedogeomorfológica das paisagens tropicais e subtropicais, a exemplo da região supracitada. Com isso, surgem questionamentos se as coberturas pedológicas da área estariam em processo de pedogênese regressiva. A hipótese é de que a evolução geomórfica da paisagem condiciona à pedogênese regressiva das coberturas pedológicas. Neste contexto, o objetivo deste artigo foi discutir as interações pedogeomorfológicas desencadeadas na área do estudo representada espacialmente pela Folha Topográfica de Marechal Cândido Rondon (SG-21-X-B-VI-2 - escala 1:50.000) e com amparo na relação solo-relevo. Os procedimentos incluem a elaboração de mapas temáticos e de perfis pedogeomorfológicos, aliados aos trabalhos de campo e na delimitação das classes de solos na paisagem. Fundamentado na relação solo-relevo, identificou-se que a distribuição dos solos indica a atuação da pedogênese regressiva, com diferentes estágios, sendo inicial no Planalto de Foz do Iguaçu e efetiva nos Planaltos de Cascavel e de São Francisco. De modo geral, os Latossolos estão sendo destruídos pelo avanço remontante dos Nitossolos. Em um estágio mais efetivo da pedogênese regressiva, os Cambissolos e Neossolos avançam na vertente em detrimento dos Nitossolos e Latossolos Vermelhos. Os processos pedogeomorfológicos estão sendo preponderantes para a esculturação e evolução recente do relevo regional e estariam diretamente relacionados às transformações dos sistemas pedológicos nas vertentes que contemplam a área do estudo.