Uma neuro-weltanschauung? Fisicalismo e subjetividade na divulgação de doenças e medicamentos do cérebro

Entre os órgãos do corpo humano, o cérebro é tido hoje como aquele que define a nossa identidade pessoal. Uma "linguagem da serotonina" é utilizada para explicar sintomas dos mais diversos, entre eles, estados de humor como a "depressão" e a "ansiedade", linguagem esta...

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Veröffentlicht in:Mana (Rio de Janeiro, Brazil) Brazil), 2008-04, Vol.14 (1), p.7-30
1. Verfasser: Azize, Rogerio Lopes
Format: Artikel
Sprache:eng
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Beschreibung
Zusammenfassung:Entre os órgãos do corpo humano, o cérebro é tido hoje como aquele que define a nossa identidade pessoal. Uma "linguagem da serotonina" é utilizada para explicar sintomas dos mais diversos, entre eles, estados de humor como a "depressão" e a "ansiedade", linguagem esta que entrou para o discurso cotidiano do público leigo. A literatura aponta para o surgimento de um "sujeito cerebral" na contemporaneidade, marcado por um borrar das fronteiras entre mente e cérebro. Todos os anos, laboratórios farmacêuticos investem milhões de dólares para divulgar medicamentos voltados para o tratamento das chamadas desordens mentais-cerebrais. Parte desse investimento é voltada não para a divulgação dos produtos, mas sim para a das doenças elas mesmas. Trata-se aqui de refletir sobre a noção de "pessoa" que esse material veicula, na qual o paradigma "sujeito cerebral" caminha lado a lado de uma imagética físico-moral. Of all the organs of the human body, the brain is taken today as the one that defines our personal identity. A ‘serotonin language’ is used to explain a wide range of symptoms, including moods such as ‘depression’ and ‘anxiety,’ and has now become part of everyday discourse. The literature indicates the contemporary emergence of a ‘cerebral subject’ where the frontiers between mind and brain become blurred. Every year, pharmaceutical labs invest millions of dollars in marketing drugs designed to treat so-called mental-cerebral disorders. Part of this investment is focused not on marketing the products but the diseases themselves. The aim of this article is to examine the notion of ‘person’ contained in this material, where the ‘cerebral subject’ paradigm goes hand-in-hand with physico-moral imagery.
ISSN:0104-9313
0104-9313
1678-4944
DOI:10.1590/S0104-93132008000100001