Fatores de Risco para Alta Prorrogada por Motivos Sociais: Um Estudo Retrospectivo
Introdução: Os hospitais deparam-se com uma percentagem das suas camas ocupadas por doentes cuja alta hospitalar está limitada não pela alta clínica, mas por outros fatores. Cria-se a necessidade da identificação precoce dos indivíduos que estão em risco de uma alta prorrogada por motivos sociais (i...
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Veröffentlicht in: | Acta médica portuguesa 2023-09, Vol.36 (9), p.550-558 |
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Hauptverfasser: | , , , , , , |
Format: | Artikel |
Sprache: | eng ; por |
Schlagworte: | |
Online-Zugang: | Volltext |
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Zusammenfassung: | Introdução: Os hospitais deparam-se com uma percentagem das suas camas ocupadas por doentes cuja alta hospitalar está limitada não pela alta clínica, mas por outros fatores. Cria-se a necessidade da identificação precoce dos indivíduos que estão em risco de uma alta prorrogada por motivos sociais (internamentos sociais - IS), de forma a reduzir gastos e a acrescentar valor que se traduza em saúde dos utentes. O objetivo deste estudo foi identificar os fatores de risco demográficos e clínicos que condicionam risco de internamento social.Material e Métodos: Foram analisados 582 internamentos referentes a um serviço de Medicina Interna de hospital terciário nos anos de 2018 e 2019, e consideradas as características demográficas e comorbidades clínicas dos doentes. Foi feita uma regressão logística binominal ajustada ao sexo, idade e internamento clínico prolongado, para identificação de potenciais fatores de risco associados a alta prorrogada.Resultados: Foram incluídos neste estudo um total de 473 doentes admitido no serviço no período de dois anos em estudo. Noventa e quatro (19%) doentes tiveram a sua alta prorrogada, dos quais 64 (68%) eram do sexo feminino. As principais características estatisticamente significativas associadas a maior risco de prorrogação da alta foram o sexo feminino (OR 2,84, 95% IC 1,65 – 4,90, p-value < 0,05), o internamento clínico prolongado (OR 2,64, 95% IC 1,60 – 4,937, p-value < 0,05) e a diabetes mellitus (OR 1,87, 95% IC 1,08 – 3,23, p-value < 0,05); para além destes, a presença de insuficiência cardíaca (OR 0,52, 95% IC 0,27 – 0,99, p-value < 0,05) e de doença renal crónica (OR 0,34, 95% IC 0,14 – 0,86, p-value < 0,05) associaram-se a um risco inferior de prorrogação de alta.Conclusão: O sexo feminino, os internamentos clínicos prolongados e diabetes mellitus associaram-se a um maior risco de internamento social, enquanto a insuficiência cardíaca e a doença renal crónica se associaram a um risco inferior de IS. Estes achados servem de base de construção para um futuro estudo multicêntrico para criação de uma regra de predição clínica para estratificação do risco de internamento social na população portuguesa.
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ISSN: | 0870-399X 1646-0758 |
DOI: | 10.20344/amp.18888 |