SILÊNCIO E SOLIDÃO NA PINTURA DE LEONOR BOTTERI

Ao nos aproximarmos de pintura de Leonor Botteri, entramos em um mundo que não se revela de imediato, um mundo que nos solicita e nos perturba. É uma linguagem que emerge do silêncio, ascética, imagens que falam da espera, do presságio. Esse ensaio busca o mistério gestado no imbricamento entre conc...

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Veröffentlicht in:Art&Sensorium 2024-06, Vol.11, p.1-9
1. Verfasser: Justino, Maria José
Format: Artikel
Sprache:por
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Beschreibung
Zusammenfassung:Ao nos aproximarmos de pintura de Leonor Botteri, entramos em um mundo que não se revela de imediato, um mundo que nos solicita e nos perturba. É uma linguagem que emerge do silêncio, ascética, imagens que falam da espera, do presságio. Esse ensaio busca o mistério gestado no imbricamento entre concentração e dispersão, uma obra nunca concluída, entreaberta, instalada no limiar do ser, revelando verdades mais profundas, tecida da intimidade, metafísica. Suas naturezas-mortas são silenciosas, não há gritos, mas sussurros, sons articulados e inarticulados. Os autorretratos São uma conversa com a intimidade, um gênero bastante apropriado a uma alma recatada, que não se sente à vontade na ação. Botteri descreve os olhos que perderam o desejo de olhar. Há qualquer coisa de abandono, lassidão, de cansaço ou fastio nos olhos dos personagens da artista. Aproxima-se de De Chirico. Em ambos, as figuras são feitas de silêncio, solidão, isolamento, abandono, sombras da existência. Inumanas, estranhas, quase manequins, abandonadas em atmosferas desertas propícias a enigmas. Ou ao desolamento das nostálgicas figuras de Hopper. Na indiferença pintada por Leonor Botteri, não se fica indiferente. When we approach Leonor Botteri's paintings, we enter a world that doesn't reveal itself immediately, a world that asks and disturbs us. It is a language that emerges from silence, ascetic, images that speak of waiting, of foreboding. This essay searches for the mystery that is gestated in the intertwining of concentration and dispersion, a work that is never finished, that is ajar, installed on the threshold of being, revealing deeper truths, woven from intimacy, metaphysics. His still lifes are silent, there are no screams, but whispers, articulate and inarticulate sounds. The self-portraits are a conversation with intimacy, a genre very appropriate for a modest soul who doesn't feel at ease in action. Botteri describes eyes that have lost the desire to look. There is something of abandonment, lassitude, tiredness or boredom in the eyes of the artist's characters. It's close to De Chirico. In both, the figures are made of silence, solitude, isolation, abandonment, shadows of existence. Inhuman, strange, almost mannequins, abandoned in deserted atmospheres conducive to enigmas. Or the desolation of Hopper's nostalgic figures. In the indifference painted by Leonor Botteri, one is not indifferent. Cuando nos acercamos a los cuadros de Leonor Botteri, entramos en un mundo que no se
ISSN:2358-0437
2358-0437
DOI:10.33871/sensorium.2024.11.9264