ALFABETIZAÇÃO ECONÔMICA E ENDIVIDAMENTO: QUANDO HÁBITOS SUPERAM O CONHECIMENTO

Identificado como fonte de problemas emocionais e de saúde, o endividamento é um fenômeno que acomete mais de 60% da população cearense. O objetivo principal do trabalho foi identificar o impacto da Alfabetização Econômica, Atitudes em Relação ao Endividamento, Atitudes em Relação ao Consumo e características sociodemográficas sobre o endividamento individual a partir de uma amostra com 924 adultos no estado do Ceará. Foram realizadas Análises Fatoriais Exploratórias e, após, uma regressão logística, que determinou o impacto dos conhecimentos, comportamentos econômicos e traços sociodemográficos no endividamento pessoal. Os resultados mostraram que a alfabetização econômica não exerce influência no endividamento pessoal, assim como o comportamento racional de consumo, as atitudes austeras em relação ao endividamento, o gênero e o nível socioeconômico. Já as atitudes impulsivas e compulsivas de compra e o hedonismo em relação ao endividamento impactam positivamente nas dívidas dos indivíduos. Entre as características sociodemográficas, verificou-se que indivíduos mais velhos e aqueles que residem com o cônjuge estão mais propensos ao endividamento. Políticas públicas de enfrentamento ao endividamento devem buscar mudanças nas atitudes dos indivíduos mais do que apenas o repasse de informações sobre economia e finanças pessoais.