A DIDÁTICA DA LÍNGUA DE SINAIS FRANCESA: NASCIMENTO OU RECONHECIMENTO DE UMA DISCIPLINA DE PLENO DIREITO?
Por muito tempo excluídos do sistema educacional para a criança surda, os estudos sobre a Língua de Sinais Francesa (LSF) e sobre os surdos que sinalizam se fizeram presentes no campo universitário no início dos anos 1980, na França. Uma vez que essa língua atípica remete antes à universalidade da c...
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Veröffentlicht in: | Fragmentum 2020-07 (55), p.241-276 |
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Hauptverfasser: | , |
Format: | Artikel |
Sprache: | eng |
Online-Zugang: | Volltext |
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Zusammenfassung: | Por muito tempo excluídos do sistema educacional para a criança surda, os estudos sobre a Língua de Sinais Francesa (LSF) e sobre os surdos que sinalizam se fizeram presentes no campo universitário no início dos anos 1980, na França. Uma vez que essa língua atípica remete antes à universalidade da comunicação e à relação com o mundo do que tão somente à surdez, as questões colocadas por seu ensino e as especificidades do público concernido se revelam finalmente mais transversais do que se imaginava. A partir de então, as pesquisas sobre a LSF podiam se originar de diversos campos das ciências humanas. Um breve histórico da integração à universidade dessa língua, que foi por tanto tempo desconsiderada, nos permitirá analisar a adequação de seu lugar nas ciências da linguagem e a postura do pesquisador nesse domínio. Certamente o “despertar surdo” do final dos anos 1970 alimentou-se da mobilização das associações recentemente criadas pelo meio surdo, mas é a história das pesquisas sobre a LSF que nos conduzirá aqui a sondar o lugar que ela poderia ocupar. Ao entrar no quadro das ciências da linguagem, uma língua visual e tida como menor como a LSF congregou novas forças. Em decorrência disso, uma eventual didática da LSF pode existir fora do campo da deficiência. A questão que daí decorre é, então, a da pertinência de criar uma disciplina que lhe seja dedicada. Assim sendo, as pesquisas sobre os surdos e a língua viso-gestual que lhes é intrinsecamente ligada oferecem igualmente uma contribuição original mais dinâmica fora do campo da surdez. Finalmente, a emergência de novas ideias e a definição de conceitos inéditos decorrentes dos trabalhos sobre os surdos na sociedade e, em particular, sobre o uso que fazem de uma língua gestual presidem a uma efervescência epistemológica que possui algo de delicado e, ao mesmo tempo, jubilatório. |
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ISSN: | 1519-9894 2179-2194 |
DOI: | 10.5902/2179219441958 |