Avaliação de atitudes iatrogênicas em estudantes internos de medicina de uma universidade filantrópica

A medicina no Brasil vem passando por inúmeras transformações, sobretudo no que se refere à relação médico-paciente, a qual se baseia no bem-estar do paciente. Nem sempre esse objetivo é atingido, tendo como consequência a iatrogenia médica. Esse estudo teve por objetivo analisar os níveis de atitudes iatrogênicas e seus fatores associados em estudantes internos de medicina de uma universidade filantrópica. Trata-se de um estudo transversal analítico quantitativo, realizado através de questionários aplicados a estudantes do internato de uma universidade filantrópica, incluindo questionário sociodemográfico e a Escala de Iatrogenia Médica (EIM-20). A amostra foi de 199 estudantes. Quanto à iatrogenia médica relacionada aos dados sociodemográficos, foi revelado maior escore nos estudantes do sexo masculino (p= 0,0140), nos que afirmaram ter um fraco envolvimento religioso (p= 0,0149) e naqueles que não se consideram empáticos (p= 0,0132). Também se evidenciou os estudantes que não estavam satisfeitos com a forma como se relacionam com os pacientes (p= 0,0334) e que consideraram sua relação médico-paciente regular (p=0,0420). Ademais, foi evidenciada a experiência de presenciar algum preceptor tratar de forma inadequada um paciente (p=0,0070), a influência de atitudes negativas dos professores sobre a forma de tratamento para com os pacientes (p=0,0170) e que a teoria por si só é suficiente para desenvolver a empatia (p=0,0499). Atitudes iatrogênicas estão mais relacionadas àqueles estudantes com predomínio de uma visão biologicista, fraco envolvimento religioso, baixa empatia, insatisfação nas relações com pacientes e a desvalorização do impacto dos professores e da prática empática.