PERFIL FARMACOEPIDEMIOLÓGICO DAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS POTENCIAIS EM PRESCRIÇÕES DE PSICOFÁRMACOS

Interações medicamentosas consistem na modulação dos efeitos de um medicamento pela administração prévia ou concomitante de outro ou através da associação com alimentos ou outras substâncias químicas, podendo ou não ocasionar prejuízos à saúde. Objetivou-se investigar as interações medicamentosas potenciais (IMP) nas prescrições elaboradas em novembro de 2011 em um ambulatório de psiquiatria, localizado em Feira de Santana, Bahia. Os medicamentos prescritos foram agrupados pelo sistema Anatomical Therapeutic Chemical (ATC). As IMP foram identificadas e classificadas de acordo com o Micromedex®, utilizando critérios de gravidade, mecanismo de ação, período de latência e conhecimento científico. Foram analisadas 782 prescrições, contendo 23 fármacos distintos, totalizando 2258 medicamentos prescritos, categorizados em 7 grupos farmacológicos, com predomínio dos antipsicóticos (33%), destacando-se o haloperidol (17,1%). Dentre as IMP mais comuns (N=1711), destacaram-se haloperidol e prometazina (15,7%), clorpromazina e prometazina (11,1%), clorpromazina e haloperidol (10,4%). Foram encontrados 56 tipos distintos de IMP, sendo 57,1% de gravidade moderada, 48,2% com boa documentação, 60,7% farmacocinéticas e 57,1% com período de latência não especificado. Estudos podem contribuir para a redução dos riscos associados às IMP, possibilitando uma farmacoterapia mais efetiva e segura. A atuação clínica do farmacêutico pode contribuir para a prescrição racional de psicofármacos.