POR UMA ALFABETIZAÇÃO À MARGEM ESQUERDA: PARA ABANDONAR O TRIPALIUM E ABRAÇAR A POIÉSIS

O ensaio tem como objetivo principal demonstrar que o desenvolvimento da consciência fonológica, princípio fundante de metodologias de alfabetização, repete a mesma lógica empregada pelo capital ao fazer do trabalho uma atividade alienante. Em oposição a esse princípio o ensaio evoca o seu oposto, o...

Ausführliche Beschreibung

Gespeichert in:
Bibliographische Detailangaben
Veröffentlicht in:Revista Brasileira de Alfabetização 2021-07 (14), p.62-76
1. Verfasser: Arena, Dagoberto Buim
Format: Artikel
Sprache:eng
Online-Zugang:Volltext
Tags: Tag hinzufügen
Keine Tags, Fügen Sie den ersten Tag hinzu!
Beschreibung
Zusammenfassung:O ensaio tem como objetivo principal demonstrar que o desenvolvimento da consciência fonológica, princípio fundante de metodologias de alfabetização, repete a mesma lógica empregada pelo capital ao fazer do trabalho uma atividade alienante. Em oposição a esse princípio o ensaio evoca o seu oposto, o desenvolvimento da consciência gráfica, como um princípio emancipatório.  Para apresentar o primeiro princípio, o ensaio retoma um artigo de magazine publicado em 1994 nos EUA, um relatório apresentado à Câmara dos Deputados do Brasil, em 2003, um pequeno livro do Plano Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) de 2012, e o Decreto Federal n.9765 de 2019.  Para apresentar o segundo, recorre à história da criação da escola pública para os trabalhadores na França no século XIX e a artigos de dois pesquisadores franceses, Jean Foucambert e Élie Bajard. As conclusões sugerem que o princípio fonológico, originário nas ciências da natureza, pratica a lógica do capital por ignorar a totalidade, fragmentar os materiais constitutivos das palavras e desqualificar o papel dos sentidos. O princípio da consciência gráfica, abrigado nas ciências humanas, considera a totalidade, qualifica os sentidos e, em vez da alienação, promove a emancipação. O primeiro torna a alfabetização um tripalium, fatigante e alienante; o segundo uma poiésis, tempo de liberdade e reflexão.
ISSN:2446-8576
2446-8584
DOI:10.47249/rba2021528