Cidades jardim do passado: lições da herança morfológica dos povos indígenas
As configurações modernas de assentamentos humanos têm substituído padrões espaciais de aldeias e comunidades tradicionais, sem reconhecer que o urbanismo brasileiro não começou com os assentamentos humanos fundados pelos europeus. Este artigo parte dos registros disponíveis na literatura sobre as c...
Gespeichert in:
Veröffentlicht in: | Revista de morfologia urbana 2024-07, Vol.12 (1) |
---|---|
Hauptverfasser: | , , |
Format: | Artikel |
Sprache: | eng |
Online-Zugang: | Volltext |
Tags: |
Tag hinzufügen
Keine Tags, Fügen Sie den ersten Tag hinzu!
|
Zusammenfassung: | As configurações modernas de assentamentos humanos têm substituído padrões espaciais de aldeias e comunidades tradicionais, sem reconhecer que o urbanismo brasileiro não começou com os assentamentos humanos fundados pelos europeus. Este artigo parte dos registros disponíveis na literatura sobre as configurações e espacialidades indígenas para analisar a evolução da organização de seus espaços de vida, de modo a caracterizar um protourbanismo amazônico. A análise segue estratégias dos estudos morfológicos para investigar arranjos espaciais, implantações e tipologias de edificações de povos indígenas. A territorialidade indígena mantém características ancestrais que remontam ao período pré-colonial, e revelam o relacionamento do indivíduo com o grupo e deste com o ecossistema. A organização dos usos cerimonial, habitacional, de produção e floresta é ponto comum para o universo estudado, e a maior permanência morfológica é a organização espacial em rede ou constelação, com a manutenção dos interstícios de floresta. Considerando-se os pressupostos teóricos de Ebenezer Howard, a configuração espacial indígena, que comunitariamente maneja a floresta Amazônica com sucesso há mais de 10.000 anos, tem aproximações conceituais com a concepção de "cidade jardim". Conclui-se que é imprescindível proteger e ressignificar os registros que resistem, e recuperar soluções espaciais endógenas que podem e devem servir de referencial para as cidades amazônicas, em um movimento de descolonização do saber. |
---|---|
ISSN: | 2182-7214 2182-7214 |
DOI: | 10.47235/rmu.v12i1.335 |