Memória e utopia na cena teatral brasileira
A estreita relação do teatro com a memória é evidente no trabalho dos atores. Sem ela os intérpretes não poderiam representar e se inventar como “outros”. Ela está presente também quando o texto dramático apoia-se na transmutação da memória dos autores, como é o caso dos dramaturgos que selecionamos...
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Veröffentlicht in: | Políticas de la memoria 2017-12 (17), p.101-110 |
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Hauptverfasser: | , |
Format: | Artikel |
Sprache: | eng |
Online-Zugang: | Volltext |
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Zusammenfassung: | A estreita relação do teatro com a memória é evidente no trabalho dos atores. Sem ela os intérpretes não poderiam representar e se inventar como “outros”. Ela está presente também quando o texto dramático apoia-se na transmutação da memória dos autores, como é o caso dos dramaturgos que selecionamos para a análise: Jorge Andrade (1922-1980) e Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006). Para dar pulso cênico à reminiscência de Jorge Andrade, nas peças A moratória (1955) e Rastro atrás (1966); ou ao invento como projeção imaginada da utopia partilhada pela geração de Guarnieri, em Eles não usam black-tie (1958), ambos os autores utilizaram uma das técnicas do trabalho da memória: fixaram lugares e objetos para desvelá-la. Nas peças de Jorge Andrade, a lembrança objetivada do descenso social de sua família impregna tanto a fala dos personagens quanto os objetos que os cercam. Antes de tudo, as casas que habitam: a do pretérito, da opulência e do mando; a do presente, modesta e sem brilho. Mas ela também se condensa na máquina de costura, que serviu de recreio à menina rica do passado e de esteio da família no descenso do presente; no relógio pendurado na sala de jantar; nos santos nas paredes. Atando significados simbólicos e relações sociais, a casa e os objetos são mais que peças de cenário. Neles se inscreve a história social da família, que é também a da classe a que pertenceu o dramaturgo: a oligarquia agrária ligada ao café. |
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ISSN: | 1668-4885 2683-7234 |
DOI: | 10.47195/17.51 |