Cancelados, revogados e incanceláveis: a cultura do cancelamento na imprensa e nas redes sociodigitais

A cultura do cancelamento é uma expressão usada para se referir a uma forma de estigmatização social em que alguém é empurrado para fora dos círculos sociais ou profissionais devido a uma conduta considerada ofensiva pelos pares e pelo público em geral. Este artigo discute as características deste p...

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Veröffentlicht in:Linguagem em foco : revista do Programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada da UECE 2024-05, Vol.15 (3), p.59-79
Hauptverfasser: Alencar, Breno Rodrigo de Oliveira, Ribeiro, Paulo Victor da Silva, Alves, Wilma Beatriz da Cruz
Format: Artikel
Sprache:eng
Online-Zugang:Volltext
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Beschreibung
Zusammenfassung:A cultura do cancelamento é uma expressão usada para se referir a uma forma de estigmatização social em que alguém é empurrado para fora dos círculos sociais ou profissionais devido a uma conduta considerada ofensiva pelos pares e pelo público em geral. Este artigo discute as características deste processo no ciberespaço a partir de uma pesquisa documental junto à imprensa e à rede sociodigital X entre os anos de 2018 e 2022. O objetivo foi demonstrar a presença de padrões e recorrências na prática do cancelamento contra personagens públicos sugerindo haver a existência de três tipologias principais: os cancelados, os revogados e os incanceláveis. Foram analisados 18 casos de cancelamento com grande repercussão na sociedade brasileira, dos quais 4 foram selecionados para indicar a existência destas tipologias. Os resultados alcançados indicam que a cultura do cancelamento, embora multifacetada, possui características próprias a cada tipo. De um modo geral, seus desdobramentos apontam para a relevância cultural e política do debate sobre o impacto das redes sociodigitais nos comportamentos sociais offline, uma vez que os resultados revelam a possibilidade de reação e manifestação da opinião públicas a práticas e discursos considerados moralmente ofensivos, em particular direcionados a grupos historicamente marginalizados e oprimidos.
ISSN:2176-7955
2674-8266
DOI:10.46230/2674-8266-15-12395