Epilepsias no lactente: aspectos etiopatogênicos, métodos diagnósticos e condutas terapêuticas / Epilepsies in infants: etiopathogenic aspects, diagnostic methods and therapeutic conduct

As epilepsias neonatais, em especial as do lactente, são definidas como eventos neurológicos repetitivos, que podem ser oriundos de anormalidades do sistema nervoso central, causas genéticas, metabólicas, estruturais ou advindas de lesões cerebrais agudas. Em virtude da variedade etiológica das epilepsias, a epidemiologia é bastante variada, e a incidência depende de diversos fatores, como por exemplo a idade e peso dos recém-nascidos (RNs). Além disso, a depender da etiologia da epilepsia, a patogênese, as manifestações clínicas e o prognóstico dos RNs são diferentes. No que tange ao diagnóstico, esse é, frequentemente, um desafio para os médicos, uma vez que pode haver apresentações sutis do quadro epilético, o que retarda a suspeição diagnóstica e, consequentemente, pode levar a progressão do evento e complicações para o neonato. Entretanto, além da anamnese e exame físico, exames de neuroimagem são utilizados, como o eletroencefalograma, o ultrassom e a ressonância nuclear magnética, sendo o primeiro considerado o padrão ouro. O diagnóstico diferencial é imprescindível, uma vez que outras patologias com apresentações semelhantes devem ser descartadas, no intuito de se estabelecer o tratamento correto e eficaz. O manejo terapêutico farmacológico, cujo objetivo é tratar as crises e evitar complicações ao neurodesenvolvimento infantil, é essencial e realizado com drogas antiepilépticas.