As relações de poder no Aterro Sanitário Metropolitano Oeste de Caucaia, Estado do Ceará, Brasil

Relações de poder no Aterro Sanitário Metropolitano Oeste de Caucaia no Município de Caucaia, Ceará, Brasil. A questão destacada neste artigo diz respeito às relações de poder que determinam o acesso e uso dos recursos naturais e, consequentemente, os conflitos socioambientais entre atores sociais em torno do Aterro Sanitário Metropolitano Oeste de Caucaia (ASMOC) e da Usina de Caucaia Biogás GNR Fortaleza Valorização de Biogás Ltda, ambas localizadas no Município de Caucaia, Estado do Ceará, Nordeste do Brasil, na perspectiva da Ecologia Política. Dentre os atores sociais investigados na pesquisa, destacam-se a população da comunidade do entorno, os funcionários e os gestores da usina GNR e do aterro. Vale destacar que a Ecologia Política foi utilizada enquanto chave de leitura epistemológica dos conflitos socioambientais e compreensão das relações de poder estabelecidas ao longo dessa rede de interesses diversos. Sendo assim, o objetivo central da pesquisa é averiguar as relações de poder na determinação do acesso, uso dos recursos naturais e conflitos socioambientais na área de estudo. Discute-se também as estratégias da tríade do biopoder elencada por Foucault, o psicopoder enfatizado por Byung-Chul Han e o ecopoder destacado por Enrique Leff e Juan Manuel Naredo, na tentativa de evidenciar os danos sociais e ecológicos da biosfera e como as estratégias intervêm por meio dessas relações na determinação do usufruto dos recursos naturais e suas externalidades. Trata-se de uma pesquisa baseada em revisão de literatura e análise documental, utilização da técnica da “bola de neve”, realização de trabalho de campo e 10 entrevistas in loco e aplicação de 14 questionários com os atores sociais investigados. Os resultados sinalizaram que é necessário monitorar os problemas e os resultados das ações humanas para que se possam perceber as mudanças e transformações que devem ser adotadas rumo à educação ambiental para as gerações do presente e futura. Conclui-se que há manutenção do poder e suas estruturas sobre os mais vulneráveis em torno dos empreendimentos estudados.