Uma análise unificada para sujeitos inovadores (nulos e manifestos) na gramática do português brasileiro

Este artigo tem dois objetivos principais: (I) descrever e analisar o licenciamento de sujeitos inovadores (nulos e manifestos) no Português Brasileiro (PB) sob o ponto de vista sincrônico, considerando a proposta de que a realização do sujeito é crucialmente determinada pela perda do traço de referencialidade na terceira pessoa, o que resulta na cisão do sistema pronominal/flexional (cf. PILATI e NAVES, 2011, 2013; PILATI, NAVES e SALLES, 2017a, 2017b); (II) apresentar dados da diacronia do sujeito no PB, em comparação com o português europeu (cf. GRAVINA, 2014), como evidência para a cisão no paradigma pronominal/flexional do PB (cf. RABELO, 2010) e para a manifestação da ordem VS como inversão locativa nessa língua (cf. PILATI, 2006). Nesta abordagem, a categoria pronominal/flexional do PB na terceira pessoa é realizada como um feixe de traços phi (cf. HOLMBERG, 2010), sendo a realização de um DP locativo (lexical ou nulo) na posição de sujeito determinada pela ausência do traço de referencialidade (cf. PILATI, NAVES e SALES, 2017c).