Clevelândia, Oiapoque: cartografias e heterotopias na década de 1920

Apesar da área de fronteira do rio Oiapoque, no Amapá, ter sido integrada à soberania brasileira no ano de 1900, a efetiva colonização brasileira daquela área limítrofe somente ocorreu na década de 1920. A estratégia do governo federal foi implantar uma colônia agrícola projetada: Clevelândia. Essa...

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Veröffentlicht in:Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências humanas 2011-12, Vol.6 (3), p.501-524
1. Verfasser: Romani, Carlo
Format: Artikel
Sprache:eng
Online-Zugang:Volltext
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Beschreibung
Zusammenfassung:Apesar da área de fronteira do rio Oiapoque, no Amapá, ter sido integrada à soberania brasileira no ano de 1900, a efetiva colonização brasileira daquela área limítrofe somente ocorreu na década de 1920. A estratégia do governo federal foi implantar uma colônia agrícola projetada: Clevelândia. Essa colônia agrícola transformou-se em uma colônia penal entre 1924 e 1927, o que fez com que seu experimento fracassasse. O povoamento dirigiu-se, então, à antiga vila vizinha de Martinica, uma comunidade de negros e ribeirinhos, chamada depois de Oiapoque. Este artigo apresenta as relações humanas e sociais estabelecidas nesses lugares em três tempos distintos: o da colônia agrícola, o da colônia penal e o da nova comunidade. As fontes documentais existentes foram usadas para refazer mapas datados desses lugares. A partir dessa 'cartografia', pretende-se compreender como se criaram relações entre os indivíduos que, por razões diversas, transitaram nesse espaço naquele período. Apesar de haver uma hierarquização oficial do espaço, a prática vivida pelos indivíduos o reinventou, criando relações sociais não pensadas pelos modos dominantes do poder, as 'heterotopias'. Despite the Oyapock River border had been attached to Brazilian territory in 1900, the official colonization occurred only in the 1920's. The Brazilian Federal Government strategy was to build an agro-colony called Clevelândia. Between 1924 and 1927, it was transformed into a penal colony, causing the failure of the agro-colony experience. The populating process moved to nearly Martinique village, an oldest black and riverine community, after renamed to Oyapock. This article presents human and social relations established at those places in three different moments: the agro-colony, the penal-colony and the new Martinique community. The historical sources were used to map these places. The objective is to understand, with the aid of 'cartography', which kind of relationship among this diverse population was established and how it was happened. Despite the governmental hierarchizing of space, the individual real life reinvented it creating social relations not planned by the power of State: the 'heterotopias'.
ISSN:1981-8122
1981-8122
DOI:10.1590/S1981-81222011000300003