Autocitação fictiva em português europeu e brasileiro

A Autocitação Fictiva (ROCHA, 2004, 2006) é um tipo discursivo de fictividade por meio do qual seus conceptualizadores impõem uma perspectiva avaliativa ao discurso direto. Por meio de um cenário não verídico de reportação discursiva, o agente ilocutório remete-se a um cenário prévio e suposto de fa...

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Veröffentlicht in:Alfa 2014, Vol.58 (1), p.63-92
1. Verfasser: Rocha, Luiz Fernando Matos
Format: Artikel
Sprache:eng
Online-Zugang:Volltext
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Beschreibung
Zusammenfassung:A Autocitação Fictiva (ROCHA, 2004, 2006) é um tipo discursivo de fictividade por meio do qual seus conceptualizadores impõem uma perspectiva avaliativa ao discurso direto. Por meio de um cenário não verídico de reportação discursiva, o agente ilocutório remete-se a um cenário prévio e suposto de fala, com propósito de permitir acesso mental ao cenário verídico de pensamento. O objetivo deste artigo é a descrição e análise da autocitação fictiva e sua co-extensão factiva em corpora orais de Português Europeu e Brasileiro, a partir da construção (EU) DISSE/FALEI X-ORACIONAL. Utilizam-se como dados o corpus C-ORAL-ROM Português (BACELAR DO NASCIMENTO et al., 2005) e o corpus C-ORAL Brasil (RASO; MELLO, 2010, 2012), bem como os corpora CINTIL (2011), NURC (2011) e um reality show. Os resultados apontam para contrastes conceptuais e diafásicos entre usos de "disse" e "falei" nas variedades nacionais, uma vez que o verbo "falar" não costuma ser usado para introduzir discurso reportado em PE e que certos frames interacionais são propícios ao surgimento de autocitação fictiva, como o reality show. Contudo, a fictividade afeta a autocitação em ambas variedades, mapeada por pistas que incluem reportação monológica, co-texto epistêmico, escaneamento mental, incongruência dêitica e atos de fala como promessa. Studies about fictivity consider that certain linguistic expressions are only indirectly related to their meant referents; and that unreal scene is often presented by language users as means of mental access to the real scene. By overlapping cognitive and interactional frames, the fictive self-quotation phenomenon (ROCHA, 2004, 2006) is a discursive type of fictivity, by which conceptualisers pose a subjectifying assessing perspective to the direct speech in the first person. The main purpose of this paper is to analyse fictive self-quotation and its factive co-extension in oral corpora of European and Brazilian Portuguese, focusing on the construction "(I) said X-clause". As for the data, the C-ORAL-ROM Portuguese corpus (BACELAR DO NASCIMENTO et al., 2005), the C-ORAL Brazilian corpus (RASO & MELLO, 2010, 2012), and a database from the reality show Big Brother Brasil (2002) are used, all of which subjected to electronic data processing tools. The results present meaningful conceptual and diaphasic contrasts between the uses of "disse" and "falei" in the national varieties, since the verb "falar" is not often used to build a reported speech corresponding to men
ISSN:1981-5794
1981-5794
DOI:10.1590/S1981-57942014000100003